Giliard Torquato escreve artigo sobre a Igreja e a política, uma relação de poder que atravessa séculos e ainda influencia decisões. Leia mais no site upiara.net.
A relação entre Igreja e política sempre foi complexa e carregada de tensões históricas. Por séculos, a Igreja teve um papel decisivo nas decisões políticas, muitas vezes agindo como uma extensão do poder estatal. Porém, a Reforma Protestante do século XVI alterou essa dinâmica ao promover uma visão mais individualista da religião, incentivando a liberdade e a democracia, além de impulsionar o surgimento de novas formas de organização política.
Esse momento foi crucial para a mudança na interação entre a religião e o poder político, abrindo espaço para novas possibilidades.
Historicamente, a Igreja teve momentos de aliança com o poder, mas também enfrentou períodos de disputa direta com o Estado. Em várias culturas e épocas, a Igreja não apenas influenciou as decisões políticas, mas, em certos momentos, exerceu uma função governamental.
No Brasil, a relação entre Igreja e política passou a ser mais visível e ativa a partir dos anos 1980. Esse período marcou o fortalecimento do movimento evangélico, que, até então, tinha uma atuação mais periférica. Durante a Assembleia Constituinte de 1986, os evangélicos se uniram para formar uma bancada suprapartidária, estabelecendo sua presença como força política de relevância nacional.
Com o advento da modernidade, a separação entre Igreja e Estado passou a ser um princípio fundamental, especialmente com o objetivo de assegurar a liberdade religiosa e política. No entanto, mesmo em países laicos, a influência da Igreja continua a ser relevante, impactando discussões sobre ética, família, justiça e outros temas sociais essenciais.
Nos dias atuais, a diversidade religiosa no Brasil e no mundo coloca desafios ao papel tradicional da Igreja na política. Algumas igrejas, especialmente as evangélicas, buscam uma atuação mais direta em questões sociais, como a defesa dos direitos humanos, o combate à pobreza e a promoção da justiça social.
Essa atuação mais engajada reflete a tentativa da Igreja de responder às necessidades urgentes da sociedade, promovendo um papel mais ativo na transformação social. Portanto, a relação entre Igreja e política continua a evoluir, sendo marcada por uma constante adaptação às mudanças sociais e políticas globais.
Pastor Giliard Torquato é vereador de Florianópolis pelo PL.