Do vídeo ao voto, da IA à exportação, o agro brasileiro mostrou nesta semana que aprendeu a se comunicar — com o público, com o governo e com o mundo.
De Goiânia, Ketrin Raitz simboliza essa virada: uma filha do campo que sobe ao palco para ensinar que o agro não precisa de tradutores.
O agro que comunica é o agro que permanece — porque quem planta reputação, colhe credibilidade.

O Agro que Comunica é o Agro que Permanece
Em Goiânia, o campo sobe ao palco — e mostra que comunicar é produzir.
O primeiro dia do AgroMKT Summit 2025 confirmou o que o setor já vinha ensaiando: o agro aprendeu a falar de si — e, melhor ainda, a mostrar isso para o mundo.
Em um dos painéis mais disputados do evento, a jornalista catarinense Ketrin Raitz — sócia da Agro Agência Catarina e integrante da coluna Política & Agro — comandou o debate “O poder dos vídeos na agrocomunicação”.
Ao lado de Diego Rodrigues (Vídeos para o Agro), Jefferson Francis (Officina Filmes) e Guilherme Peretti (Peretti Media), Ketrin mostrou como o audiovisual se tornou o elo entre o campo e o consumidor urbano.
Com a experiência de quem conhece muito bem a roça e as câmeras, ela defendeu o vídeo como ferramenta de autenticidade e confiança, onde o produtor é o protagonista da própria história.
“O vídeo é o novo porta-voz do agro. Ele aproxima, emociona e desarma preconceitos. E ninguém comunica melhor o campo do que quem vive nele”, afirmou.
O painel, transmitido ao vivo e acompanhado por produtores, jornalistas e comunicadores de todo o país, no maior evento do segmento da América Latina, foi um dos grandes marcos do primeiro dia — consolidando a presença da Agro Agência Catarina, da coluna Política & Agro e do podcast “No Agro Pod!” como parte da nova geração de comunicação estratégica do agro brasileiro.
O agro na era da inteligência artificial
A programação do primeiro dia ainda trouxe nomes como Francis Barros, fundador do AgroMKT Summit e referência em marketing e vendas para o agronegócio, Mônica Zanotto, Ivan Lucas e Ricardo Arantes, que trataram dos desafios da inteligência artificial, do branding 5.0 e do marketing de precisão.
O consenso é claro: o agro não é mais só tecnologia de produção — é também tecnologia de narrativa.
Enquanto uns ainda tentam entender os algoritmos, o campo já aprendeu a usá-los a seu favor.
Como resumiu um palestrante: “A IA não substitui o produtor — ela amplifica quem sabe contar boas histórias.”
E, ao que tudo indica, o agro brasileiro já tem boas histórias demais pra guardar no silêncio.
Assunto de gabinete
Licenciamento, fronteiras e um café forte na FPA: enquanto Goiânia fala em inovação, Brasília retoma velhos embates.
O licenciamento ambiental volta à mesa do Congresso nesta quinta (16), quando os parlamentares devem votar os 63 vetos presidenciais ao novo marco legal (PL 15.190/25).
A Coalizão das Frentes Produtivas, liderada pela FPA, defende a derrubada quase integral dos vetos — alegando que a burocracia paralisou 5 mil obras de infraestrutura pelo país.
Paralelamente, o Senado aprovou o novo marco da regularização fundiária nas faixas de fronteira, simplificando a vida de quem produz a até 150 km das divisas internacionais.
O texto reduz etapas e devolve previsibilidade ao produtor. Nas palavras de um deputado da bancada ruralista: “O agronegócio precisa de licenças, não de labirintos.”
Voz catarinense em Brasília
A deputada Daniela Reinehr (PL-SC) defendeu a derrubada dos vetos ao licenciamento ambiental, afirmando que “licenciamento eficiente não é licença para degradar, é condição para o Brasil crescer com responsabilidade.”
Ela lembrou que Santa Catarina é exemplo nacional de produção sustentável, e que previsibilidade e clareza nas regras são essenciais para manter o país competitivo.
Na mesma linha, a parlamentar emplacou mais uma vitória: a aprovação, na Comissão de Agricultura, do PL 1456/2025, que moderniza o contrato de trabalho rural por ciclo de atividade agrária.
O texto adapta a legislação à realidade da safra, reduz custos e litígios, e protege tanto o trabalhador quanto o empregador.
Reinehr chamou o projeto de “vitória da sensatez sobre a papelada.”
Brasil e Santa Catarina rompendo fronteiras
Enquanto o debate político ferve, o mercado age.
Nesta semana, o Ministério da Agricultura confirmou a habilitação das duas primeiras plantas brasileiras para exportar carne suína à Malásia — uma da BRF, em Uberlândia (MG), e outra do Grupo Bugio, em Chapecó (SC).
O anúncio consolida um acordo sanitário firmado em 2024 e marca a entrada efetiva do Brasil no mercado asiático de proteína suína.
A conquista reforça o papel de Santa Catarina como líder nacional em sanidade, produtividade e competitividade — o pequeno estado que fala alto no mercado global.