Segundo a Inteligência Artificial, a frase “Falem bem, falem mal, mas falem de mim” é geralmente atribuída ao marquês de Maricá (1773–1848), político e pensador brasileiro conhecido por suas máximas morais. Já a frase “A única coisa pior do que falarem de você é não falarem de você” pertence ao escritor Oscar Wilde, autor de O Retrato de Dorian Gray.

Fui atrás dessas duas citações para comentar sobre como a turma do PL está pautando o debate político em Santa Catarina, com a possível candidatura do vereador carioca Carlos Bolsonaro ao Senado.
O assunto parecia ter arrefecido — as abóboras estavam se ajeitando na carroça — até que a deputada estadual Ana Campagnolo decidiu declarar que a direita catarinense tem bons quadros para representá-la, sem precisar importar candidatos de fora.
Como ninguém, dentro da direita, pode ousar contrariar alguém da família Bolsonaro, Campagnolo virou alvo de uma enxurrada de críticas. Carlos Bolsonaro a chamou de mentirosa. Eduardo, direto dos EUA, afirmou que sua fala era inadmissível. O senador Jorge Seif, sempre estridente, foi à tribuna do Senado criticar a colega de partido e foi além: disse que ela “era nada, só professora, até ser ungida pelo bolsonarismo”.
Campagnolo não deixou por menos. Nas redes sociais — sem explicar o contexto — respondeu que é “mais macho que o senador”. Depois disso, não teve mais pra ninguém. O pau cantou. Políticos de esquerda, de direita e de centro saíram em defesa da deputada e com críticas a Seif.
Nas redes sociais e nos veículos tradicionais — inclusive este humilde traçador de linhas — ninguém mais falou de outra coisa. A polêmica tomou conta. As torcidas, contrárias e favoráveis, já estão a postos.
Mas, em se tratando de comunicação, sem paixões por A ou por B, quem ganhou com isso?
Minha análise é simples: ganharam os que estão no meio da polêmica e perdeu a sociedade.
Ganharam porque permaneceram em evidência, ocupando o espaço do debate e impedindo que outros temas ou candidaturas sejam discutidos.
Perdeu a sociedade, que não consegue parar para analisar quem realmente são os candidatos, limitando-se a discutir se determinada pessoa pode ou não concorrer pelo nosso Estado.
A colega Débrah Almada — nossa presidente da ACI e colunista deste portal — escreveu recentemente que essa história do “falem mal, mas falem de mim” é uma falácia. Concordo, mas também discordo.
A turma do PL parece pensar bem diferente do pensamento da Déborah. O importante para eles é estar “fazendo uma treta”, como disse certa vez uma líder do bolsonarismo, para manter seus convertidos em permanente mobilização.
Ocupar todos os espaços, sem se importar com o conteúdo, é também uma tática de comunicação de guerrilha.
E você, o que pensa disso?






