A Vacina é a única arma: O alerta contra a Poliomielite no Dia Mundial de Combate à doença

Vacina é a maior arma contra a doença. Foto: Myke Sena/MS

O Dia Mundial de Combate à Poliomielite, celebrado em 24 de outubro, serve como um lembrete crucial: apesar de o Brasil ter recebido o certificado de eliminação da doença em 1994, o risco de reintrodução é real e exige atenção máxima à caderneta de vacinação.

A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma infecção viral altamente contagiosa, que afeta principalmente crianças menores de cinco anos. O poliovírus é transmitido principalmente pela via fecal-oral (contato com fezes contaminadas), mas também por gotículas de secreção ao tossir ou espirrar. A falta de saneamento básico e higiene precária são grandes facilitadores de sua propagação.

Segundo o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a doença não tem cura. Os sintomas mais frequentes da infecção podem incluir febre, mal-estar, dor de cabeça e vômitos. No entanto, o maior perigo reside na forma paralítica, que, embora rara (menos de 1% dos casos), pode levar a consequências devastadoras.

O Manual MSD explica que a poliomielite paralítica afeta os nervos, causando fraqueza muscular permanente e paralisia flácida, geralmente nas pernas. As sequelas são definitivas e incluem atrofia muscular, pé equino (pé torto) e até paralisia dos músculos da fala e da deglutição, com risco de morte por comprometimento da respiração.

Alerta no Brasil: O risco de retorno

O Brasil não registra casos de poliovírus selvagem desde 1990. Contudo, pesquisadores da Fiocruz e o próprio Ministério da Saúde têm alertado sobre a queda nas coberturas vacinais. Este cenário de imunização insuficiente, somado à circulação do vírus em outros países, cria uma vulnerabilidade preocupante para a saúde pública nacional.

A vacinação é a única forma de prevenção. O esquema vacinal é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e deve ser rigorosamente seguido:

  • Doses Inativadas (VIP): Aos 2, 4 e 6 meses de vida.
  • Doses Orais: Reforços, geralmente aos 15 meses e aos 4 anos.

Manter a cobertura vacinal acima dos 95% é o escudo protetor do país. A Fiocruz reforça que, enquanto o vírus da pólio não for erradicado globalmente, a vigilância constante e a alta adesão às campanhas são inegociáveis para garantir que nenhuma criança brasileira volte a sofrer com a paralisia infantil. Se a criança não está vacinada, o risco é de todos.

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