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7 de setembro de 2024

Aceite a falta de controle. Por Robson Kindermann Sombrio

Robson Kindermann Sombrio escreve artigo em que fala sobre a importância de aceitar a falta de controle sobre a vida e as ações dos outros, focando em confiar no processo e desenvolver amor próprio para viver melhor.

A vida não é como a gente imagina. Quem confia em si e na vida vive muito melhor. A vida não é um jogo que temos o controle. Eu entendo, não conseguimos controlar os pensamentos, mas podemos usar estratégias para termos pensamentos mais saudáveis. A gente pode impedir que chova? Não. No momento que escrevo este texto tenho na agenda uma palestra para apresentar.

O que eu posso fazer? Estou me organizando, estudando para daqui a três dias apresentar. Eu não tenho como controlar meus sentimentos e expectativas dessa palestra, assim como eu não posso impedir que chova em um dia que combinamos de ir à praia. As decisões da vida doem e causam desconforto. Percebo que tudo está alinhado a querer ter o controle tudo (exatamente aquilo que nós não temos). É necessário confiar no processo.

Eu não tenho como controlar se o outro fala mal de mim. Eu não controlo o que os outros pensam, tenho que confiar em mim. Já ouvi conversas do tipo “vou fazer o máximo para que as pessoas gostem de mim”. Para que? De quem você precisa de aprovação?

Ser bonzinho demais não é saudável. Mas, também não precisamos sair por aí com cara feia pra todo mundo. Não é essa a questão. Aceita a falta de controle. Somos muito apegados às coisas materiais, carro, casa, corpo físico. Não estou dizendo que você não tem cuidar, não é isso. Não é somente largar as coisas na mão de Deus. Faça a sua parte. Nunca é sobre o outro. É sobre você, consigo mesmo, entende?

Quanto mais você organiza o lado de dentro, mais organizado fica o lado de fora. A capacidade de não querer controlar tudo é a grande sabedoria. Abro um parêntese. Sabe por que escrevo? Para ser feliz e fazer os outros felizes. Eu tenho como controlar se vocês irão comprar meu livro? Não. Eu vou parar de escrever? Não. Nunca é sobre o outro, entende? Eu sou honesto com o ato de escrever, faço a minha parte. Se você ler e comentar que gostou, lógico que ficarei feliz, mas se ninguém comentar nada, ficarei feliz também. Sabe por quê? Não crio expectativas, confio no processo. Novamente, quem confia em si e na vida, vive muito melhor a vida.

Pare de querer controlar tudo. “Robson, mas se eu der dinheiro para morador de rua e ele ir comprar droga?” Ele usar o dinheiro de maneira errada, não depende de você. A sua consciência deve que ficar tranquila porque você sentiu no coração a necessidade de ajudar e assim fez. Dói ficar esperando um retorno. Quando você ajuda de coração, você nunca é trouxa. Temos que aprender a seguir sem o esperar o retorno positivo das pessoas. Cada um é o que é. Quando a gente entende que quanto mais a gente constrói o amor próprio, menos a gente depende do amor do outro.


Robson Kindermann Sombrio é psicólogo em Braço do Norte.

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