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8 de setembro de 2024

Aécio, Perillo e Marcos Vieira falam sobre presente e futuro do PSDB

Marconi Perillo, Aécio Neves e Marcos Vieira no plenário da Assembleia Legislativa de SC

O PSDB catarinense tenta reagir ao assédio a suas lideranças, especialmente por parte do PL e do PSD, e mostrar força para as eleições municipais.

Na quinta-feira, reuniu cerca de 500 pessoas no plenarinho da Assembleia Legislativa, em um encontro marcado pela presença do presidente nacional Marconi Perillo, ex-senador e ex-governador de Goiás, e o deputado federal Aécio Neves, candidato a presidente da República pelo partido em 2014.

Conversei com Perillo, Aécio e com o presidente estadual da legenda, o deputado estadual Marcos Vieira, sobre o passado, o presente e o futuro do PSDB, no Brasil e em Santa Catarina.



Aécio: “O PT convive bem com a pobreza, falta coragem para superá-la”

  • 30 anos atrás, num final de fevereiro, era deflagrado o Plano Real com a criação da URV (Unidade Real de Valor, embrião da futura moeda). PSDB tinha uma resposta ao grande problema do país, que era a inflação. Qual o grande problema do país hoje e qual a resposta do PSDB para eles?
  • Eu acredito que continua sendo a pobreza. Da mesma forma que o PSDB teve a coragem, lá atrás, de tomar medidas nas quais poucos acreditavam, que nivelou a inflação mais perversa dos impostos, que criou o SUS, que iniciou o processo de privatizações, que iniciou os programas de transferência de renda que depois culminaram no Bolsa Família. Tem faltado hoje ao atual governo a coragem necessária para incrementar políticas públicas que permitam a superação da pobreza. O PT convive muito bem com a pobreza, mas não trabalha para superá-la. Até porque de certa forma fideliza essa pobreza com seus eleitores. Os programas de transferência de renda que são necessários, eles não têm uma porta emancipadora. O PT não se preocupa com isso.

  • Lembro que o senhor, como senador, propôs colocar na Constituição o Bolsa Família, como garantia de que o programa não seria extinto, e o PT foi contra.
  • Sim, é verdade, eu propus isso porque eles têm isso como um ativo eleitoral. O PT se aproveita muito disso. A verdade é que nas últimas eleições, inclusive na que eu fui derrotado, os votos que eles tiveram foi fundamentalmente nas regiões em que o Bolsa Família era mais relevante. Esse é o grande problema, a falta de políticas emancipadoras e uma gestão eficiente e não tão gastadora.


Perillo: “Vamos superar as dificuldades momentâneas tendo protagonismo nas ideias”

  • O PSDB como partido é muito grande pela sua trajetória e pelo que representa. Mas, no momento, não é grande em termos de eleitos. Como vocês vão superar isso? O caminho é uma fusão, federação, ou recuperar esse voto na urna?
  • O PSDB fez, desde sempre, uma escolha. Que é a de ser um partido com ideias, com pensamentos, convicções. Nunca foi um partido incoerente, de ficar pulando de galho em galho. Ora a extrema-esquerda está no poder, ora é a extrema-direita. Não. O PSDB sempre teve a via certa, sempre ajudou na formulação das ideias. Vamos superar essas dificuldades momentâneas voltando a ter protagonismo nas ideias, nas formulações a favor do Brasil. Sendo um partido a favor, e não contra.

  • Há alguma ideia de como recuperar aquele eleitor que escolhia o PSDB porque não gostava do PT e migrou para o bolsonarismo?
  • Apresentando projetos e programas factíveis e que possam convencer as pessoas.

  • PSDB não aderiu a Bolsonaro, não aderiu a Lula. É mais fácil fazer oposição a Bolsonaro ou a Lula?
  • Eu acho que ser oposição num país onde os extremos se digladiam é difícil. Mas nós fazemos oposição ao Lula com convicção.

  • Existe uma diretriz para o PSDB tenha candidatos a prefeito em capitais, como Florianópolis. O senhor está acompanhando de perto a situação aqui em Santa Catarina?
  • Estou acompanhando de perto e nossa reinvindicação enquanto partido, direção nacional, é que o PSDB tenha candidatos no maior número de capitais possível.


Marcos Vieira: “Vamos abater nas eleições deste ano muitos dos urubus que nos assediam”

  • Como o senhor vê o momento do PSDB em Santa Catarina?
  • O PSDB é o terceiro partido com a maior quantidade de filiados em Santa Catarina. É o terceiro maior nível de filiação partidária do PSDB nos Estados, só perdemos para São Paulo e Minas Gerais. Tenho direto reiteradas vezes que, infelizmente, nós perdemos lideranças. É verdade, mas a militância ficou no PSDB e ela estava ali hoje (quinta-feira). Estávamos ali, quinta-feira, à tarde, veio gente de Dionísio Cerqueira, 700 quilômetros. Foram quase 80 municípios representados. Plenarinho ficou pequeno, muita gente amontoada e falas importantes. Por que convidamos o Marconi e o Aécio para virem aqui? Para verem com seus próprios olhos o quanto estamos trabalhando para manter o PSDB, fazer com ele volte a crescer a ser outra vez protagonista na política de Santa Catarina.

  • Como vocês estão lidando com o assédio de outros partidos, especialmente de PL e PSD?
  • Nós condenamos. Muitos desses urubus nós vamos abater nas eleições deste ano.

  • Fala-se muito que o ex-prefeito e ex-senador Dário Berger pode voltar ao PSDB para concorrer a prefeito de Florianópolis este ano. É o partido em que ele se elegeu a primeira vez, em 2004. Existe essa possibilidade de filiar Dário ou mesmo apoiá-lo em outro partido?
  • Existem muitas conversas nos principais municípios de Santa Catarina. Em Florianópolis não é diferente. Temos conversas em Criciúma, Tubarão, para minha alegria Florianópolis, Palhoça, Itajaí, Blumenau, enfim.

  • Mas essa questão pontual do Dário, tem alguma conversa mais forte?
  • Estamos conversando, estamos conversando…

  • O PSDB vai ter candidato a prefeito de Florianópolis?
  • Estamos conversando para ter. É bem provável, quase certo que estará na majoritária, mas nós queremos a prefeito.



Fotos – Aécio Neves, Marconi Perillo e Marcos Vieira no encontro estadual do PSDB realizado na Assembleia Legislativa na última quinta-feira. Crédito: PSDB-SC, Divulgação.

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