Alerta nas férias: cresce o número de acidentes domésticos com crianças

Com as férias escolares, o tempo que as crianças passam dentro de casa aumenta — e, com ele, cresce também o risco de acidentes domésticos. Segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), 456 crianças e adolescentes de zero a 19 anos perderam a vida em acidentes ocorridos no ambiente doméstico só em 2024. Só para se ter uma ideia, no Estado de São Paulo, a Secretaria Estadual de Saúde registrou um aumento de 8% nesses casos nos últimos dez meses.

Os dados preocupam e revelam um cenário que exige vigilância dos adultos, especialmente em períodos de recesso escolar. Quedas, queimaduras, intoxicações e sufocamentos estão entre os acidentes mais comuns, segundo o Hospital Ortopédico AACD, que é referência nacional em atendimento e reabilitação de crianças vítimas de traumas.

Além da prevenção, o hospital também destaca a importância do atendimento rápido e dos primeiros socorros.

O impacto dos acidentes, no entanto, pode ir além do atendimento emergencial. Em situações mais graves, há necessidade de reabilitação prolongada, envolvendo fisioterapia, acompanhamento psicológico e adaptações na rotina da criança e da família. A AACD oferece esse suporte e reforça a importância de campanhas educativas durante o período de férias.

Orientações de prevenção
O Manual de Redução de Acidentes da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (MDS, 2021) recomenda aos pais e responsáveis medidas como:

  • Usar protetores de tomada e travas de gavetas;
  • Evitar deixar panelas com o cabo voltado para fora no fogão;
  • Guardar medicamentos e produtos tóxicos em armários trancados;
  • Nunca deixar crianças pequenas sozinhas em banheiras ou piscinas.

Ações de prevenção simples, reforça o manual, podem salvar vidas. Em tempos de férias, o cuidado dentro de casa deve ser tão rigoroso quanto o cuidado fora dela.

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