Em tramitação acelerada, Alesc aprova alterações no Universidade Gratuita e no Fumdesc

O Plenário da Alesc aprovou na tarde desta terça-feira os dois projetos de lei de autoria do Poder Executivo que fazem alterações no programa Universidade Gratuita e no Fundo Estadual de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior Catarinense (Fumdesc) — fundo responsável pelas bolsas de estudo para as instituições de ensino superior particulares. As propostas seguem para sanção do governador Jorginho Mello (PL).

Apenas o deputado estadual Matheus Cadorin (Novo) votou contra os ajustes no Universidade Gratuita. Foto: Lucas Gabriel Diniz, Agência AL.
Apenas o deputado estadual Matheus Cadorin (Novo) votou contra os ajustes no Universidade Gratuita. Foto: Lucas Gabriel Diniz, Agência AL.

Conforme o governo, o objetivo das alterações é melhorar a fiscalização e a governança tanto do Universidade Gratuita quanto do Fumdesc. Entre as medidas, está a instituição de comissão estadual com representantes da CGE, PGE, Casa Civil, instituições de ensino e estudantes para analisar, supervisionar e fiscalizar os recursos usados do programa e no Fumdesc, além de novos critérios para a concessão das bolsas, incluindo análise de renda e patrimônio para definir o grau de hipossuficiência dos candidatos, entre outras (confira as principais alterações no texto abaixo).

O Projeto de Lei Complementar (PLC) 21/2025, que trata do Universidade Gratuita, foi aprovado com o voto contrário do deputado Matheus Cadorin (Novo). O deputado Marquito (Psol), apesar do voto favorável, criticou a exclusão de emenda apresentada pela deputada Luciane Carminatti (PT) que previa a reserva de bolsas de estudo para pessoas pardas, pretas e indígenas. O parlamentar afirmou que vai propor um debate a respeito do assunto junto ao governo do Estado.

Os deputados Tiago Zilli (MDB), Volnei Weber (MDB) e Ivan Naatz (PL) destacaram a importância do Universidade Gratuita, iniciado em 2023, após ampla discussão na Assembleia Legislativa.

– São mais de 50 mil beneficiados até agora, mais de 80% deles vindos de escola pública. As adequações, como as que estamos votando agora, são normais num programa que é inédito – disse Zilli.

Já PL 671/2025, que trata do Fumdesc, foi aprovado por unanimidade.

Propostas passaram pelas comissões da Alesc pela manhã

Marcos Vieira (PSDB), Pepê Collaço (PP) e Luciane Carminatti (PT), presidentes da CCJ, Finanças e Educação. Foto: Rodrigo Corrêa, Agência AL.

As duas propostas haviam seria aprovadas pela manhã em reunião conjunta das comissões de Constituição e Justiça (CCJ), Finanças e de Educação para agilizar a análise dos textos.

A leitura dos pareceres conjuntos foi apresentada pelo presidente da Comissão de Finanças, deputado Marcos Vieira (PSDB), que destacou a conformidade das matérias quanto aos requisitos analisados pelos três colegiados.

Vieira informou que os projetos receberam duas emendas enviadas pelo governo, estabelecendo:

  • condições para a permanência dos beneficiários dos programas governamentais;
  • reajuste pelo IPCA dos valores constantes nos projetos;
  • e regularidade previdenciária das instituições envolvidas.

Também foram acatadas emendas da deputada Luciane Carminatti (PT), prevendo a garantia de aplicação entre 1% e 3% dos recursos do Universidade Gratuita para bolsas de auxílio permanente, com vigência a partir de 2026, cabendo ao governador definir o percentual por decreto.

Críticas durante a reunião conjunta

As principais críticas apresentadas pelos parlamentares estiveram ligadas à rejeição de uma emenda da deputada Luciane Carminatti (PT), que previa reserva de vagas no Universidade Gratuita a candidatos pretos, pardos e indígenas.

O tema foi defendido pelo deputado Marquito (Psol), que afirmou que a medida “seria justa para dar garantia de acesso ao ensino superior à parcela mais necessitada da população catarinense”. Pensamento semelhante foi compartilhado pelo deputado Rodrigo Minotto (PDT).

O deputado Fabiano da Luz (PT) criticou o limite patrimonial familiar de R$ 1,5 milhão para ingresso no programa educacional.

– Acredito que futuramente vamos ter que revisar alguns pontos do programa Universidade Gratuita, porque vamos deixar muita gente sem acessar o programa – disse.

Já o deputado Matheus Cadorin (Novo) manifestou-se contrário ao próprio programa, alegando que o ensino superior é responsabilidade do governo federal, e não do Estado. Ele também criticou “a destinação de novos recursos para alunos que já recebem bolsa integral”.

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