Alô, tio Sam? Brazil is back!

O Brasil que voa e o dólar que cai

Entre tarifaços e diplomacia, o agro brasileiro segue abrindo mercados.

Da química e ligação de Lula e Trump à carne nos jantares asiáticos e ao frango nas vitrines europeias, o campo mostra que, quando o mundo fecha, o Brasil abre.

Entre a química e o tarifaço

Lula e Trump voltam a se falar — e, desta vez, a conversa tem cheiro de química e sabor de tarifaço.

Enquanto os Estados Unidos flertam com um novo shutdown, o republicano acena ao Brasil com uma possível trégua comercial.

A ligação, mantida em sigilo até a manhã de ontem (06), durou cerca de 30 minutos e, segundo o Planalto, foi “amistosa”.

Pedido de trégua

Do lado brasileiro, Lula pediu o fim da sobretaxa de 40% sobre produtos brasileiros, que atinge carne, café e pescados.

Trump, por sua vez, designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às tratativas com Geraldo Alckmin, Mauro Vieira e Fernando Haddad.

Um encontro presencial deve acontecer durante a Cúpula da Asean, no fim de outubro, na Malásia.

Economia sob tensão

Nos bastidores, o gesto de aproximação acontece enquanto Trump tenta contornar o impasse com os democratas e evitar o colapso orçamentário da maior economia do mundo.

De quebra, o republicano tenta conter a alta da carne nos EUA — o que também pressiona o setor produtivo americano.

Mercado reage

“Uma conversa positiva”, resumiu Haddad, depois da videoconferência que, para o mercado, teve efeito imediato: o real voltou a ganhar força, e analistas já veem o dólar mais perto dos R$ 5 do que dos R$ 5,50.

De olho na Ásia, missões em série

Enquanto diplomatas tratam do tarifaço, a pecuária brasileira olha para o Oriente.

A Abiec prepara para este mês uma maratona de missões em países estratégicos: Indonésia e China, entre 21 de outubro e 10 de novembro, levando na bagagem o Brazilian Beef Dinner — jantares de negócios que colocam o bife brasileiro no radar de grandes redes e atacadistas.

Interiorização da carne

Na Indonésia, o foco é consolidar o avanço recente: 38 frigoríficos habilitados e mercado aberto para miúdos, carne com osso e material genético.

Na China, a estratégia é “interiorizar” o produto e abrir espaço para os miúdos, ainda fora da pauta atual.

Sinal de alívio

Antes das viagens, a Abiec desembarca na Anuga 2025, na Alemanha.O presidente da entidade, Roberto Perosa, se diz otimista:

“O contexto político pode favorecer um acordo para a carne bovina.”

Frango com passaporte carimbado

O frango brasileiro voltou a ciscar na Europa. Após meses de bloqueio por causa da gripe aviária, a União Europeia reabriu o mercado — e o retorno será em grande estilo, na Anuga 2025.

Exportações em alta

Antes da pausa, o frango verde-amarelo já vinha voando alto: 125,3 mil toneladas embarcadas para a UE entre janeiro e maio, alta de 20,8%, com US$ 386 milhões em receita. Agora, o desafio é reconquistar o ritmo e reafirmar o selo de confiança sanitária.

Santa Catarina no topo

Em 23 de setembro, Santa Catarina retomou as exportações à Europa e reafirmou sua liderança nacional no setor.

O estado responde por 80% da produção do Sul, e o Porto de Itajaí segue como elo estratégico para o escoamento da proteína.

De janeiro a julho, o agro catarinense exportou R$ 37,8 bilhões, ou 5,49 milhões de toneladas de alimentos para mais de 120 países.

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