A Federação Indústrias de Santa Catarina deve emitir uma nota oficial sobre o assunto nas próximas horas e a deputada Carol de Toni (PL) diz que a culpa é de Lula e do STF

Com base também em argumentos políticos, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump anunciou na quarta-feira, 9, uma nova tarifa de 50% em todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.
Mais surpreendente que o alto aumento imposto é o tom da carta enviada por Trump ao presidente Lula (PT). O Republicano faz referência ao julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no que classifica como ‘uma vergonha internacional.’ Ele também determina a abertura de uma investigação contra o Brasil por práticas comerciais “desleais ou injustas”.
Se confirmada, a taxação deve impactar as exportações catarinenses ao mercado americano. Ainda nesta quinta-feira, 10, a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) deve emitir uma nota oficial posicionando-se sobre o assunto.
O aumento no Brasil representa a maior taxação entre os países notificados por Trump e, se confirmado, compromete a competitividade das empresas que exportam para os Estados Unidos.
Antes de qualquer caminho diplomático lideranças de direita já pautam a narrativa de perseguição para justificar a decisão dos EUA e apontam culpados no lugar de soluções.
Para a deputada federal e líder da Minoria na Câmara Carol De Toni, por exemplo, as sanções anunciadas por Donald Trump são consequências diretas da censura e perseguição de opositores e empresas norte-americanas. “Não adianta Lula fingir moderação enquanto a democracia brasileira afunda. Os abusos do STF ultrapassaram as fronteiras e a conta chegou”, afirma em sua rede social.
Ainda na quarta-feira, 10, o governo brasileiro convocou uma reunião com ministros para discutir a decisão do governo americano. Em um trecho de nota divulgada após a reunião, o Planalto afirma que o Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém. “O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de estado é de competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”, diz também a nota.