Mais um animal ficou por horas jogado próximo ao pedágio da Autopista Litoral nesta quinta-feira, dia 22 de fevereiro. Dois cachorros tentavam atravessar a pista, quando um deles foi atropelado e morreu. Diante da situação, o cachorro marrom não quis sair do local, indo, de vez em quando, lamber seu acompanhante, provavelmente na tentativa de acordá-lo. Em um grupo de proteção, as pessoas exibiam as cenas e se penalizavam com a situação. Uma moça pediu a Paulo Santangelo, conhecido protetor que mora em Paulo Lopes, que recolhesse o animal, pois ela, que vive em apartamento, há duas semanas já havia levado um cachorro, recolhido também naquela pista após o atropelamento, para a casa de uma cunhada e não daria, para em tão pouco tempo, pedir abrigo para o novo animal. Os custos de tratamento e de encaminhamento dos animais tem sido vez após outra, bancados pelas pessoas que os acolhem com o auxílio de Indivíduos simpáticos à causa animal. O cachorro já está com Paulo, e segundo ele é um lindo cachorro grande e dócil que chegou lá cheio de carrapatos e com o ouvido sangrando. Mas já está medicado e alimentado. E, assim que tudo estiver resolvido deverá ser colocado para adoção.
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Em novembro uma cena quase macabra ocorreu em local próximo. Uma cachorra branca e preta, porte médio foi atropelada. A Autopista Litoral, que foi a vencedora da licitação da rodovia para explorar a área, com cobrança de pedágio, mandou seus funcionários até a pista retirar a cachorra. Conforme vídeo, feito por quem passava, eles a arrastaram até a margem da estrada. A forma descuidada de tirá-la da pista piorou bastante a situação da cadela já muito machucada. Uma protetora de animais da região tomou conhecimento do que estava ocorrendo, e pediu encarecidamente para levar a cachorra, que estava depositada em uma gaiola, para o veterinário. Assim foi feito, mas a cachorra não resistiu aos ferimentos. O custo do tratamento foi bancado pela garota.
O porquinho caído do caminhão
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Há pelo menos dois anos, aconteceu situação semelhante com um porquinho que caiu de um caminhão. Rosa Elisa Vilanueva, protetora conhecida em Florianópolis, estava passando pelo local e parou o tráfego na rodovia, com o auxílio de motociclistas para pegar o Baby Pig Júnior, como foi batizado. O animal estava com uma das patas quebradas. Ele foi levado a um veterinário que recuperou o ferimento e depois encaminhado a um santuário de animais, onde viverá por toda a sua vida. Desta vez a conta do trabalho, foi pago pela Arteris. Na época o Procon (Proteção e Defesa do Consumidor) de Santa Catarina notificou a Arteris Litoral Sul por ter negado o atendimento ao Baby Pig.
No final de 2024 a Arteris Litoral Sul foi questionada sobre o assunto e respondeu da seguinte forma: “(…) todas as espécies de animais encontradas em situação de risco na rodovia, são recolhidas (ou afugentadas), de forma a preservar essas espécies, visando também a segurança dos usuários da rodovia. Ressaltamos que esta Concessionária tem procedimento específico para o atendimento aos animais encontrados na rodovia, seja encaminhando ao veterinário os feridos, recuperando-os e destinando-os a tutores responsáveis e/ou notificando os órgãos competentes.” A resposta é excelente e é tudo que todos nós queremos ler e ouvir, mas não é o que enxergamos na prática. Até quando os protetores necessitarão cuidar do que a empresa deveria cuidar com absoluto cuidado e carinho, e de preferência dando satisfação à população sobre o que foi feito para cuidar dos animais vitimados? Isso sem falar da necessidade de tomar providências para que animais não acessem a pista tão facilmente. A iniciativa preservaria muitas vidas, inclusive humanas.