A baixa procura pela vacinação contra a gripe em Santa Catarina podem ser sintoma de uma recente rejeição da vacina por parte da sociedade. Segundo a secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto (Cidadania), a procura é baixa, apesar dos constantes planos do Estado de avançar os índices em Santa Catarina.
Para Carmen, a vacinação plena é estratégica para que o sistema público de saúde não sobrecarregue; de forma que as atuais reclamações de superlotação nos hospitais catarinenses possam ter sido um dos reflexos mais claros. Um problema, no entanto, seria o recente pé atrás do brasileiro – povo que sempre bateu recordes de vacinação, com a agulha.
– Temos feito este debate com a coordenação nacional do programa de imunização. Além do trabalho dos municípios, dos Estados, tem que ser de uma retomada, que vai demorar um pouco. Essa vacina que estamos falando, que protege da gripe, evita entrada nas unidades de pronto-atendimento, evita superlotação nos nossos hospitais, e só o trabalho de mídia a gente acredita que é insuficiente.
Segundo ela, a pasta retomará o trabalho de grupos de atenção primária de saúde para orientar e sublinhar a importância da vacina, sobretudo aos grupos compreendidos como aqueles com maior risco a complicações. “idosos, pessoas com doenças crônicas e outras deficiências. É muito importante que a gente consiga voltar a ter bons índices de cobertura vacinal”, finaliza Zanotto.
A secretária também falou sobre as dificuldades no avanço das cirurgias eletivas. Outro problema diz respeito à falta de repasses aos hospitais catarinenses por falta de habilitação – o hospital faz a operação, mas não recebe por ela por não estar credenciado.
– Vou dar um exemplo. O Centro Oncológico de Florianópolis não recebeu um níquel de 2018 até agora, de todas as cirurgias oncológicas que foram feitas. Chega a R$ 16 milhões. Por quê? Porque não teve disposição do Estado em acompanhar como deveria as habilitações.
Segundo Carmen, uma força-tarefa tem data para acontecer. Ela diz que o recurso se faz por soma de serviços, “e quando você tem serviços prestados e não habilitados, não recebe o correspondente”.
Foto: Manu Silva/Som Maior