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8 de setembro de 2024

É urgente a presença feminina na política catarinense. Por Beth Tiscoski

Beth Tiscoski (PP) é coordenadora das Mulheres Progressistas de Santa Catarina.

Em Santa Catarina, é urgente a ampliação da presença feminina na política. Essa não é uma mera conjectura levantada em alusão ao Dia Internacional da Mulher. É uma realidade com base em números.

Ano de eleições municipais, 2024 nos remete ao pleito de 2020. Os resultados demonstram que a presença da mulher no poder ainda é muito aquém do necessário. Em eleitorado, somos maioria, 52%; mas apenas 33% em candidatas e 15% em eleitas. A conta não fecha.

E a urgência no estímulo à mulher na política catarinense é traduzida por desempenhos abaixo da média nacional. Por exemplo: apenas 37% dos municípios brasileiros tiveram candidatas a prefeita. Em Santa Catarina foi pior, 27%.

Das candidatas a prefeita em municípios catarinenses, só 10% foram eleitas; dois pontos percentuais a menos que a média nacional. Em relação às vice-prefeitas o desempenho é ainda pior. São 9% de vices eleitas no Estado contra 17% na média do Brasil.

Os catarinenses elegeram 28 mulheres prefeitas e 25 vice-prefeitas, em um contexto de 295 municípios. Isso é muito pouco. Como pouco também é o número de vereadoras eleitas: 525 mulheres de 2.890 cargos em disputa. Todos esses números são públicos e podem ser verificados nos bancos de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Existem vários obstáculos que impedem a liderança política feminina. Esses incluem normas sociais e culturais que perpetuam estereótipos de gênero, falta de acesso à educação e recursos financeiros, e a prevalência de assédio e violência contra mulheres na política.

Como forma de reduzir esse déficit, precisamos de uma abordagem multifacetada, com a implementação de ações públicas que promovam a igualdade de gênero, entre elas a destinação de vagas e recursos específicos para as mulheres candidatas.

É importante trabalhar na promoção de lideranças femininas na política, seja por meio de campanhas de conscientização, cursos e palestras. No âmbito do segmento Mulheres Progressistas, estamos engajadas em um ciclo de eventos que está percorrendo diversos municípios de Santa Catarina desde o ano de 2022. Essa iniciativa faz parte de um projeto nacional do partido, chamado “O Futuro Chegou”.

Um dos efeitos percebidos durante e após esses eventos é a criação e o fortalecimento das redes de relacionamento e apoio entre as mulheres, com a troca de experiências e a inspiração mútua. As mulheres se vêem representadas, conhecem cases de sucesso, e projetam futuras conquistas. Em suma, enxergam que é possível.

A participação política feminina traz benefícios para a sociedade como um todo. Voltando aos números, nós somamos mais da metade da população mundial. Portanto, é fundamental que estejamos adequadamente representadas. Isso garante que nossas experiências, perspectivas e habilidades sejam levadas em consideração na formulação de decisões públicas.

O Dia Internacional da Mulher homenageia as conquistas sociais, econômicas, culturais e políticas das mulheres ao longo da história. Embora tenhamos obtido avanços significativos, ainda há muito a ser feito para superar os obstáculos e desafios. Ao trabalharmos juntos – homens e mulheres -, podemos construir um futuro em que todas as vozes sejam ouvidas e valorizadas na política.



Beth Tiscoski (PP) é coordenadora das Mulheres Progressistas de Santa Catarina.

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