Bets tem mais acessos que Youtube e Instagram no Brasil

Em janeiro de 2025, algo emblemático aconteceu no Brasil. As casas de apostas online ultrapassaram Instagram e YouTube em acessos através de seus sites, perdendo apenas para o Google. O que isso significa? Que as bets se tornaram um fenômeno cultural e mercadológico.

Os números são explosivos: 1,7 bilhão de visitas em um único mês, enquanto o YouTube ficou com 1,2 bilhão e o Instagram, 500 milhões. O recorte revela uma transição de hábitos e prioridades. Se antes o brasileiro gastava horas consumindo conteúdo e interagindo nas redes sociais, agora o jogo virou — literalmente. O tempo médio de permanência nos sites de apostas é de 13 minutos, maior do que no próprio Google. E 62% do tráfego é direto, ou seja, os usuários já sabem para onde querem ir. Isso não é impulso, é um mercado consolidado.

As razões? Uma regulação que deu mais segurança para quem quer apostar e um marketing agressivo, ocupando do futebol à influência digital. Para onde se olha, lá estão as bets: na camisa do time do coração, no intervalo da TV, nos stories do influenciador. Se é entretenimento ou armadilha, depende de quem olha. Mas o dado é inegável: as apostas estão moldando a nossa internet.

Mais que um fenômeno digital, as bets também são hoje os principais anunciantes do país. Nenhuma outra categoria investe tanto em publicidade, dominando intervalos de TV, patrocínios de eventos e campanhas digitais. O volume de investimento é tão grande que canais de esportes e influenciadores viraram vitrines quase exclusivas desse setor.

Olhando para frente, a questão não é se o fenômeno vai crescer, mas até onde. Com a fiscalização fechando o cerco contra sites ilegais e influenciadores promovendo bets sem licença, o mercado tende a se tornar ainda mais concentrado e poderoso. E, ao que tudo indica, os cliques só vão aumentar.

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