Blumenau adere ao uso de Método Wolbachia no combate a dengue, zika e chikungunya

Blumenau deu início a uma nova estratégia no combate à dengue com a utilização do Método Wolbachia, uma solução inovadora que promete reduzir consideravelmente os casos de arboviroses na cidade, como dengue, zika e chikungunya. Nesta semana, Joinville anunciou a ampliação do uso do método.

Nesta quarta-feira, teve início a soltura dos chamados Wolbitos – mosquitos Aedes aegypti contendo a bactéria Wolbachia, que impede a transmissão desses vírus. A ação começou no bairro Velha Central, e ao longo das próximas 26 semanas será ampliada para mais 10 bairros: Itoupavazinha, Velha, Água Verde, Itoupava Norte, Garcia, Fortaleza, Progresso, Vila Nova, Tribess e Itoupava Seca.

O prefeito Egídio Ferrari e a vice Maria Regina Soar com os mosquitos do Método Wolbachia de combate a dengue
O prefeito Egídio Ferrari e a vice Maria Regina Soar com os “wolbitos˜. Foto: Giovanni Silva, PMB.

O prefeito Egidio Ferrari destacou a importância desta nova etapa como parte do compromisso com a saúde pública.

– A liberação dos Wolbitos é mais do que uma ação técnica de combate à dengue, é um investimento para proteger a vida e a saúde dos blumenauenses. Um passo ousado, que demonstra nosso compromisso em construir uma Blumenau mais saudável para as próximas gerações.

O Método Wolbachia, utilizado nessa iniciativa, é fruto de uma parceria entre a Prefeitura de Blumenau, a Wolbito do Brasil e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A estratégia baseia-se na liberação de mosquitos com a bactéria Wolbachia, presente naturalmente em 60% dos insetos ao redor do mundo e completamente inofensiva para humanos e animais.

Estes mosquitos, ao se reproduzirem com a população local, transferem a bactéria para as futuras gerações, impossibilitando que os vírus se desenvolvam. Essa medida disruptiva tem mostrado resultados expressivos em outras cidades e países, como na Austrália, que praticamente zerou o número de casos de dengue. A técnica é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo o secretário de Promoção da Saúde, Douglas Rafael, é fundamental que a população compreenda como essa tecnologia funciona e a importância desse passo para a cidade.

– A liberação dos mosquitos pode gerar um aumento temporário na população desses insetos, mas isso faz parte do processo. A nossa expectativa é que, em breve, o número de mosquitos inofensivos se torne predominante, reduzindo a transmissão das doenças.”

Douglas também reforçou que a estratégia é complementar às ações já realizadas antes na cidade, como a eliminação de focos de água parada, o uso do fumacê em áreas mais afetadas e a aplicação de larvicidas como o Bti, que controla as larvas do mosquito.

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