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27 de julho de 2024

BR-101: o colapso iminente que é uma tragédia anunciada há muitos anos. Por Napoleão Bernardes

Napoleão Bernardes escreve artigo sobre a crise iminente da BR-101 em Santa Catarina, destacando a saturação da rodovia, os frequentes acidentes e os prejuízos econômicos decorrentes da falta de investimentos na infraestrutura.

Napoleão Bernardes escreve artigo sobre a crise iminente da BR-101 em Santa Catarina, destacando a saturação da rodovia, os frequentes acidentes e os prejuízos econômicos decorrentes da falta de investimentos na infraestrutura.

Artéria vital para Santa Catarina e para o Brasil, a BR-101 enfrenta uma crise iminente. A saturação da estrutura ano a ano vem desencadeando caos, acidentes e prejuízos econômicos devastadores, sem que nenhuma medida concreta tenha sido tomada.

Com mais de 460 quilômetros de extensão, a rodovia é o principal corredor litorâneo do estado, abrigando um complexo portuário estratégico e sendo rota obrigatória para os destinos turísticos mais procurados do Brasil. A rodovia é responsável por escoar 68% do Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Catarina, movimentando mais de US$ 38 bilhões em exportações e importações.

Ao invés de marco da prosperidade, contudo, a BR-101 tornou-se um cenário de tragédias e desastres, com recordes nos números de acidentes em relação a outros trechos da via no Brasil. Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontam que somente em 2023 foram mais de 4 mil acidentes, com 4,3 mil feridos e 116 mortos, no trecho que corta Santa Catarina.

Os números são um reflexo claro da negligência, da falta de planejamento e da ausência de investimentos na infraestrutura. Além dos trechos onde a PRF registra os maiores gargalos, como na Grande Florianópolis – que atravessa São José e Palhoça – e em Itapema, Balneário Camboriú, Itajaí, Navegantes e Joinville, a circulação da rodovia também é sensível a alterações no fluxo.

No início do ano, por exemplo, na volta do Réveillon, a BR-101 registrou cerca de 80 km de filas, com trechos parados de Garuva até Imbituba. Durante o mês de abril, um incidente com deslizamentos de terra no Morro dos Cavalos, em Palhoça, deixou o trânsito interrompido por mais de 50 horas. Famílias ficaram nas filas sem acesso a comida e água e não havia rota alternativa para quem precisava cruzar o trecho.

Não podemos mais ignorar os sinais evidentes de que estamos à beira de um colapso que afetará não apenas o tráfego, mas também a economia e a segurança de toda a região.

É imperativo que medidas concretas sejam tomadas para reverter esse quadro alarmante. Propostas como a repactuação do contrato com a Arteris, empresa concessionária responsável pelo trecho norte da BR-101, e que permitiria a inclusão de obras para ampliação do fluxo na rodovia.

Ou propostas como a feita pela Fiesc, para ampliação e qualificação da SC-108, garantindo uma rota auxiliar tanto para deslocamento quanto para escoamento de cargas.

Há ainda uma solução mais eficaz a longo prazo, que é a chamada BR-102, um corredor litorâneo paralelo a BR-101, no trecho entre Joinville e o acesso ao Contorno da Grande Florianópolis. Apesar da jurisdição federal, parte dos projetos já foi licitada pelo Governo do Estado, mas ainda há muito a ser feito antes que a obra saia, definitivamente, do papel.

Alternativas existem, agora é hora de passar das palavras aos atos. Governos federal e estadual precisam assumir seus deveres e agir antes que seja tarde demais.

O colapso é iminente, porém ainda há tempo de evitá-lo. A pergunta que fica é: caso nada seja feito, quem será responsável por essa tragédia anunciada?


Napoleão Bernardes é deputado estadual pelo PSD.

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