
O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reafirmou a meta de vacinar 90% das meninas contra o Vírus do Papiloma Humano (HPV) durante o seminário virtual da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) nesta segunda-feira (17), marcando o Dia Mundial de Eliminação do Câncer do Colo do Útero.
Padilha destacou: “Nenhuma mulher deveria temer a uma doença evitável, por isso a nossa meta é vacinar 90% das meninas. São mais de 38 mil salas de vacina integradas à Atenção Primária, que é o fio condutor da nossa política de prevenção. Em cada uma dessas salas, nossos profissionais, em sua maioria mulheres, acolhem, vacinam, testam e acompanham as pacientes ao longo de toda a linha de cuidado.”
O plano nacional de eliminação do câncer do colo do útero baseia-se em três pilares: prevenção (vacinação), rastreamento organizado e tratamento adequado.
Atualmente (em novembro de 2025), a vacina contra o HPV é gratuita e prioritária para os seguintes grupos no Sistema Único de Saúde (SUS):
- Público-Alvo Regular: Crianças e adolescentes de 9 a 14 anos (meninas e meninos). Este grupo recebe a dose única da vacina.
- Ampliação Temporária: Jovens de 15 a 19 anos que ainda não se vacinaram também podem receber a dose única até dezembro de 2025. Esta é uma estratégia de “resgate” para aumentar a cobertura.
- Grupos Especiais: Pessoas de 9 a 45 anos com condições clínicas específicas, como pessoas vivendo com HIV, transplantados, pacientes oncológicos, ou usuários de PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), seguem um esquema vacinal de três doses.
O Cenário do Câncer do Colo do Útero no Brasil
A relevância dessas ações é baseada em dados estatísticos:
- Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa para o triênio 2023-2025 aponta para 17.010 novos casos de câncer do colo do útero a cada ano no Brasil.
- Esta neoplasia é a quarta principal causa de morte por câncer entre mulheres no país.
- Um estudo científico de 2025 indicou que o risco de morte por câncer do colo do útero é 8,5% maior para mulheres negras em comparação com brancas.
Inovação no rastreamento: Teste DNA-HPV
O Ministério da Saúde está implementando o teste molecular DNA-HPV no Sistema Único de Saúde (SUS), desenvolvido pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP). Este exame detecta o DNA do vírus de alto risco e está substituindo gradualmente a citologia convencional (Papanicolau).
O ministro enfatizou o avanço: “É uma tecnologia 100% nacional, acompanhada de novos manuais de implementação.”
- Início da Implementação: O rastreamento começou em agosto de 2025 em um projeto-piloto em 12 estados.
- Previsão de Expansão: O Ministério da Saúde planeja que o novo teste esteja disponível em toda a rede pública até o final de 2026. O método permite espaçar o exame para a cada cinco anos, em casos de resultado negativo.
Estratégia de Imunização
O país adotou a dose única da vacina HPV para adolescentes desde abril de 2024, em alinhamento com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
- A cobertura vacinal atual está acima de 82% das meninas e cerca de 67% dos meninos, na faixa etária entre 9 e 14 anos.
O Brasil busca cumprir as metas globais da OMS até 2030: 90% de cobertura vacinal, 70% de rastreamento e 90% de tratamento adequado. O ministro concluiu: “Estou confiante de que, com o governo do presidente Lula ao lado do povo brasileiro, o Brasil conseguirá atingir a meta global da OMS até 2030… Eliminar o câncer do colo do útero é um compromisso de saúde pública.”





