Brasil tem dados oficiais sobre autismo pela primeira vez na história

Pela primeira vez, o Brasil tem dados oficiais sobre o autismo: Censo 2022 aponta 2,4 milhões de pessoas diagnosticadas com TEA, marco histórico para políticas públicas mais inclusivas. Foto: Unsplash

Pela primeira vez, o Brasil conta com dados oficiais sobre a população com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O Censo Demográfico de 2022, divulgado agora em maio de 2025 pelo IBGE, revelou que 2,4 milhões de pessoas no país declararam ter diagnóstico de autismo feito por um profissional de saúde. Isso representa 1,2% da população brasileira com dois anos ou mais.

A coleta dessas informações só foi possível graças à inclusão, pela primeira vez, de uma pergunta específica sobre o diagnóstico de TEA no questionário do Censo, conforme estabelece a Lei 13.861/2019. A medida é considerada um marco por especialistas e por entidades ligadas à causa da inclusão, já que permite traçar um retrato mais preciso da realidade das pessoas autistas no país.

O levantamento mostra que o diagnóstico é mais frequente entre meninos e homens (1,5%) do que entre meninas e mulheres (0,9%). A faixa etária com maior proporção de pessoas com TEA é a de 5 a 9 anos de idade, com 2,6%.

Além de dimensionar o número de brasileiros com autismo, os dados são fundamentais para orientar políticas públicas nas áreas da saúde, educação e assistência social. Até então, a ausência de estatísticas oficiais dificultava o planejamento e a execução de ações voltadas à inclusão e ao atendimento adequado das demandas da população autista.

Especialistas apontam que o número pode ainda estar subestimado, já que o diagnóstico de TEA depende de acesso a serviços de saúde e de profissionais capacitados — uma realidade desigual no território brasileiro. Ainda assim, o levantamento representa um avanço significativo.

A expectativa, agora, é que a disponibilização dos dados impulsione medidas mais eficazes de acolhimento e inclusão em todos os níveis da sociedade.

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