Muito ouvimos falar do protagonismo das mulheres quando os partidos políticos formavam suas chapas de vereadores e escolhiam candidatas a prefeita e vice-prefeitas, mostrando seus triunfos no avanço da representatividade da mulher. Os 30% da quota de gênero pautaram inúmeros discursos e debates. Pautaram inclusive diversas matérias aqui no portal Upiara.net.

Iniciado o período eleitoral, os números da eleição 2024 até são relevantes, embora ainda deficitários, quando o tema é representação feminina. Na matemática, aumentamos a porcentagem e o número de concorrentes mulheres ao executivo municipal. Um número ainda pequeno, porém digno de registro. Passamos de 90 para 121 candidatas. Mas, desde que começou a propaganda eleitoral, no dia 16 de agosto, poucas propostas foram apresentadas para a efetividade do protagonismo político da mulher, que vai muito além da possibilidade de vereadoras, vices e prefeitas eleitas.

Teremos avanços não só com mais mulheres eleitas, mas principalmente com mais mulheres ocupando os diferentes espaços de poder. Mulheres com garantia de participação nas futuras gestões, no primeiro, segundo e terceiro escalão. Um debate necessário, mas que não é prioridade das propostas da eleição 2024.

Se por um lado a quota de gênero traz um alento aos avanços da participação da mulher, acompanhada também pela garantia de recursos (30%), e pela fiscalização mais rigorosas das candidaturas laranjas, por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por outro lado disfarça os caminhos que precisam ser pavimentados após o dia 6 de outubro.

Não basta participar, neste caso é fundamental também ganhar o jogo. As mulheres precisam ocupar espaços nos futuros governos, com protagonismo. E para fomentar essa participação, vamos divulgar os candidatos e candidatas que apresentarem compromisso com essa bandeira. A participação da mulher precisa ser ampliada, antes, durante e depois da eleição. O resto é faz de conta.