O deputado estadual Carlos Humberto (PL) denunciou, na terça-feira (19), um problema recorrente de poluição em Balneário Camboriú, relacionado à falta de tratamento de esgoto. Segundo o parlamentar, pelo terceiro ano consecutivo, a cidade mais famosa do sul do Brasil enfrenta o risco de ter sua praia poluída devido à ineficiência do sistema de tratamento de esgoto.
Em uma reunião da Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), Carlos Humberto destacou o relatório de balneabilidade do Instituto do Meio Ambiente (IMA), que mostrou que 8 dos 10 pontos analisados na Praia Central de Balneário Camboriú estavam impróprios para banho. O deputado criticou a falta de ação efetiva por parte dos responsáveis, apesar das promessas feitas pela companhia de água da cidade, Emasa, e pelos gestores municipais.
“Estamos em novembro ainda, mas a solução prometida pelos dirigentes da companhia de água da cidade, indicados pelo prefeito, não surtiu efeito. O maior balneário de Santa Catarina, provavelmente, vai enfrentar novamente o problema da praia poluída”, afirmou Carlos Humberto.
Dos 44 pontos analisados neste mês, 28 apresentaram resultados impróprios para banho e 16 foram considerados próprios. Mesmo com os reparos realizados na Estação de Tratamento de Esgoto da Emasa nos dois anos anteriores, os equipamentos adquiridos não estão funcionando corretamente, resultando no despejo de esgoto não tratado no Rio Camboriú, que deságua na Praia Central.
Durante a reunião, os vereadores Lucas Gotardo (Novo) e André Meirinho (PP), membros da Comissão, também participaram e apresentaram os resultados da CPI do Saneamento, que está em andamento na Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú.
Nota da Prefeitura de Balneário Camboriú:
Em resposta à denúncia, a Emasa informou que, de acordo com a análise das coletas realizadas em 11 de novembro por uma empresa contratada para monitoramento semanal da balneabilidade das praias da cidade, nove dos dez pontos analisados na Praia Central estavam próprios para banho. O único ponto impróprio foi localizado em frente à Rua 4900, na Barra Sul. Nas praias agrestes, dos cinco pontos analisados, quatro apresentaram resultados próprios e um ponto, na Lagoa de Taquaras, ficou impróprio.
A Emasa também ressaltou que Balneário Camboriú tem 100% de cobertura de rede de esgoto no município e trata todo esgoto que chega à Estação de Tratamento de Esgoto Nova Esperança (ETE), tornando a cidade a mais saneada de Santa Catarina. Atualmente, a eficiência do tratamento de esgoto é de 72%.
A balneabilidade da Praia Central, conforme a Emasa, depende de toda a bacia do Rio Camboriú, que é impactada por lançamentos de esgoto de cidades vizinhas, como Camboriú, que ainda não possui sistema de tratamento de esgoto. Além disso, o regime de chuvas também influencia a qualidade da água. Sempre que chove, materiais são levados para a rede fluvial, impactando a bacia hidrográfica e, consequentemente, a praia. Por isso, a recomendação é evitar o uso das praias após chuvas intensas.
De acordo com a análise do IMA realizada em 18 de novembro, todos os pontos coletados estavam próprios para banho, mas a classificação de “impróprio” foi mantida em oito pontos da Praia Central devido à Resolução do CONAMA nº 274/2000, que estabelece os critérios de balneabilidade. Para ser classificado como “próprio”, deve-se atender ao limite de até 800 Escherichia coli por 100 mililitros em pelo menos 80% das amostras coletadas nas últimas cinco semanas no mesmo local.