Castração é a grande solução para frear o aumento da esporotricose, afirma veterinária

Dra. Adriana Oliveira, médica veterinária especialista em felinos, que fará a palestra hoje, no Plenarinho Paulo Stuart Wright da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, no Seminário para debater medidas de enfrentamento à esporotricose, em conversa, ontem, alertou sobre a extrema necessidade em castrar os gatos para reduzir a propagação da doença. Ela, que é pós-graduada em Microbiologia e considerada uma das maiores conhecedoras de esporotricose no Brasil, afirmou que 85% dos animais com a doença, machos e fêmeas não são castrados. A veterinária diz que os estudos sobre o assunto afirmam, inclusive que na maioria são machos não castrados e explica que a situação se deve ao fato de os felinos do sexo masculino circularem distâncias maiores e brigarem com outros para disputar as gatas. Este comportamento, conforme ela, facilita a disseminação da esporotricose.

Diante da afirmação da Dra.  Adriana, os moradores de Florianópolis  têm razão de ficar muito assustados, já que há pelo menos 3 anos, a Prefeitura de Florianópolis não faz mutirões de castração de felinos. Atualmente, os mutirões são exclusivamente para cachorros.

Em meados do mês de maio, o vereador Leonel Camasão (PSOL) fez requerimento pedindo as seguintes informações à Prefeitura Municipal de Florianópolis:  “Há previsão de inclusão de gatos nos próximos mutirões de castração? Considerando a inclusão dos felinos nos editais de castração e o elevado número de felinos não castrados em diversas regiões do município, qual a justificativa para a não inclusão dos gatos nas ações de mutirão atualmente divulgadas?- A castração de animais é uma medida essencial de saúde pública e bem-estar animal, e deve contemplar a realidade de cães e gatos de forma equitativa, sobretudo diante das recorrentes demandas da população e da atuação de protetoras independentes.”

Em resposta, assinada pelo gerente da Dibea (Diretoria do Bem-Estar Animal) de Florianópolis, Felipe de Lima Vieira foi oferecida a seguinte resposta: “Informamos que há um recurso administrativo em andamento relacionado à empresa classificada em segundo lugar no processo de contratação para a castração de gatos. Em razão disso, o processo ainda se encontra em análise, e, portanto, os mutirões realizados até agora têm contemplado exclusivamente cães.”

Esta é a segunda vez, nesta gestão, que as castrações são paralisadas pelo mesmo motivo. No ano passado as atividades de esterilização de todos os animais foram paradas por uma ação judicial. Desta vez é um recurso administrativo. Mesmo sem sabermos qual a razão de tal recurso estar impedindo o vencedor da licitação de atuar, não há possibilidade de Prefeitura de Florianópolis resolver rápido a questão e retomar a ação de necessitados?

Assista ao vídeo da Dra. Adriana, que entre outras coisas, fala da extrema necessidade de castrar os animais de vida livre. Mas para tanto, voltaríamos a necessitar que a Prefeitura, além de liberar os mutirões de castrações para felino, auxiliasse a fazer CED (Captura, Esterilização e Devolução). Pois o trabalho essencial dos protetores, embora absolutamente valoroso, não está sendo suficiente neste momento que tem se mostrado crítico.

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