A Gazeta do Povo ajudou a eriçar a política catarinense no final da tarde de segunda-feira quando apresentou a pesquisa Neokemp com cenários para as disputas pelo governo do Estado e pelas duas vagas ao Senado nas eleições do ano que vem. Pela primeira vez, foram testados cenários factíveis para a disputa pela Casa d’Agronômica e eles mostram de forma quase didática os desafios à frente do governador Jorginho Mello (PL), do postulante João Rodrigues (PSD) e da esquerda catarinense, representada por Décio Lima (PT).

Quando apenas os três nomes aparecem como opção ao eleitor, a reeleição do governador fica mais à vista:
Jorginho Mello (PL): 42,4%
João Rodrigues (PSD): 21,5%
Décio Lima (PT): 14,2%
Não sabe: 13,6%
Branco e nulo: 8,2%
Esse é o cenário mas factível neste momento, considerando que MDB e a federação União Progressista não estão trabalhando com pré-candidatura a governador. Na ponta do lápis, uma vantagem de quase 20 pontos de Jorginho sobre João Rodrigues e de quase sete pontos sobre a soma dos adversários. Uma reeleição em primeiro turno.
Esse cenário lembra as eleições de 2014, quando Raimundo Colombo (PSD) concorreu à reeleição contra apenas duas candidaturas competitivas: Paulo Bauer (PSDB) e Claudio Vignatti (PT). Com o cenário enxuto, a vantagem do governador candidato à reeleição é tamanha que mesmo o bom resultado de Bauer (29,9%) não conseguiu forçar o segundo turno
A pesquisa Gazeta do Povo/Neokemp testou um segundo cenário que hoje não parece factível, mas que ajuda a entender o que significa para Jorginho (como algo a evitar) e para João Rodrigues (como algo desejável) uma outra candidatura do governo com peso político, ao introduzir o nome do deputado estadual Antídio Lunelli (MDB) no jogo.
Jorginho Mello (PL): 39,3%
João Rodrigues (PSD): 20,8%
Décio Lima (PSD): 12,2%
Antídio Lunelli (MDB): 3,2%
Não sabe: 17,9%
Branco ou nulo: 6,6%
Pode parecer pouco o percentual alcançado por Lunelli, mas ele mexe com o tabuleiro. Jorginho fica mais perto da soma dos adversários: 39,3% a 36,2%. Curiosamente, o número de indecisos cresce com mais candidatos ao governo. São detalhes que uma articulação descalibrada na construção dos apoios políticos podem tornar fundamentais.
Hoje, o cenário é de MDB indicando o vice de Jorginho e a União Progressista buscando a vaga de senador na chapa governista para Esperidião Amin.
Infelizmente, a pesquisa Gazeta do Povo/Neokamp não testou a novidade do momento na disputa pelo Senado: Carlos Bolsonaro (Republicanos). Com os nomes catarinenses à disposição (e alguns que não tem se colocado), os cenários apresentados mostram a deputada federal Caroline de Toni (PL) e o senador Esperidião Amin (PP) bem cotados para primeiro e segundo votos e que a pulverização de candidatos pode colocar Décio Lima (PT) no jogo:
Caroline de Toni (PL): 18,5%
Esperidião Amin (PP): 15,9%
Décio Lima (PT): 15,4%
Adriano Silva (Novo): 9,3%
Júlia Zanatta (PL): 8,2%
Antídio Lunelli (MDB): 5,6%
Não Sabe: 21,9%
Branco ou Nulo: 5,3%
O instituto apresentou um segundo cenário para primeiro voto, mais enxuto, sem nomes de esquerda e incluindo o jornalista Paulo Alceu – até agora ausente de qualquer especulação sobre candidatura em 2026.
Esperidião Amin (PP): 22,8%
Caroline de Toni (PL): 22%
Júlia Zanatta (PL): 10,4%
Paulo Alceu (sem partido): 7,9%
Não Sabe: 23,5%
Branco ou Nulo: 13,5%
Com Décio Lima de volta à lista, mas sem Adriano Silva e Antídio Lunelli, o Neokamp perguntou qual seria o segundo voto ao Senado dos entrevistados:
Esperidião Amin (PP): 20,3%
Caroline de Toni (PL): 18,2%
Décio Lima (PT): 16,8%
Júlia Zanatta (PL): 12,1%
Paulo Alceu: 7,4%
Não Sabe: 17%
Branco ou Nulo: 8,2%
A Neokemp Pesquisas realizou 1.080 entrevistas utilizando o método URA (Unidade de Resposta Audível), entre os dias 09 e 11 de junho de 2025, em 77 cidades do estado de Santa Catarina. A margem de erro é de 3,1%, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.