Começa novembro e, com ele, uma nova rodada de debates, expectativas e decisões que atravessam o campo e os corredores de poder. Enquanto os mapas climáticos preocupam o Sul, Santa Catarina tenta abrir portas na Malásia, o boi ganha tração no exterior, e o leite segue pressionando.
Nesta edição, a coluna destaca quem está em campo — literalmente e politicamente — e quem está no ar: Ketrin Raitz estreia nas manhãs da Rádio Sintonia, de Ituporanga/SC.
Novembro começa com barulho bom, ecoando em alto e bom som a voz do agro brasileiro e catarinense.
Santa Catarina mira a Malásia
A FACISC sediou o Seminário Bilateral de Negócios Santa Catarina & Malásia, no fim de outubro, e marcou mais um passo importante na aproximação entre o setor produtivo catarinense e o mercado asiático.
A relação bilateral de Santa Catarina com a Malásia, liderada pela Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC), vem rendendo bons frutos.
O evento integrou a Visita de Promoção Comercial e Insight de Mercado – Programa de Empoderamento 2025, promovido em parceria com a Embaixada da Malásia no Brasil e a Secretaria Executiva de Articulação Internacional e Projetos Estratégicos de SC (SAI).
“A Malásia é muito importante para a economia de Santa Catarina. Importamos diversos insumos de lá e, sem eles, não conseguimos produzir muitos dos nossos produtos. Com este encontro, queremos potencializar também as nossas exportações, especialmente de produtos de alto valor agregado”. – Evaldo Niehues Jr – diretor de Relações Internacionais da FACISC
SC e Malásia em números
A aproximação ocorre em um momento de destaque para as relações bilaterais. A Malásia é atualmente o 19º parceiro comercial do Brasil, e Santa Catarina responde por 17,8% das importações brasileiras de produtos malaios, sendo o segundo maior importador nacional. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Facisc, somente no primeiro semestre de 2025 o estado movimentou US$ 151,6 milhões em importações e US$ 8,5 milhões em exportações com o país asiático.
Malásia quer carnes e maçãs de SC
Com tradição em proteína animal e crescente consumo interno, a Malásia demonstrou interesse em ampliar a importação de frango e suínos de Santa Catarina. Outro produto que chamou atenção: a maçã catarinense. O estado já é o maior produtor do país e pode ganhar novo fôlego no Sudeste Asiático.
Exportações de gado vivo batem recorde
O Brasil exportou 292,5 mil cabeças de gado vivo entre janeiro e setembro de 2025 — crescimento de 105% em relação ao mesmo período de 2024. As vendas somaram US$ 250 milhões. Os principais compradores foram Turquia, Iraque e Egito.
Previsão de tempo e plantio: atenção no Sul
O mês de novembro começa com alerta para o clima no Sul do país. O retorno gradual das chuvas pode atrasar o plantio da soja no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. O fenômeno El Niño ainda influencia os padrões meteorológicos — e os agricultores seguem atentos às janelas ideais de semeadura.
Segundo o Inmet, as chuvas previstas, associadas à elevação das temperaturas, tendem a favorecer o avanço da colheita do trigo. “No geral, as condições previstas para novembro podem beneficiar a semeadura da soja e do milho primeira safra, especialmente nas áreas onde a umidade do solo permanece adequada”.
Audiência do leite: atenção redobrada
Acontece amanhã, 4 de novembro, a audiência pública solicitada pelo deputado Valdir Cobalchini (MDB/SC) na Comissão de Agricultura da Câmara.
O tema: a crise no setor leiteiro, com ênfase nas importações e no impacto para os produtores catarinenses. A coluna Política & Agro acompanha de perto os desdobramentos dessa importante reunião para os nossos produtores de leite.
Ketrin Raitz estreia na Rádio Sintonia
A jornalista catarinense Ketrin Raitz, parceira desta coluna, estreia hoje um programa diário na Rádio Sintonia, 94,7 FM, com sede em Ituporanga/SC, no Alto Vale do Itajaí, mas que abrange mais de 50 municípios.
A emissora alcança cerca de 400 mil pessoas, em uma das regiões mais produtivas do estado — responsável por R$ 4 bilhões no valor bruto da produção agropecuária.
“Uma responsabilidade enorme, mas também uma grande alegria poder conversar todos os dias com essa região de Santa Catarina, que eu conheço muito bem, vizinha de Imbuia, que é a cidade onde eu nasci. Estou satisfeita e honrada por levar conhecimento e informação na defesa do agro, além da satisfação de atuar diariamente com colegas jornalistas que já tive a oportunidade de trabalhar e estudar juntos”, disse Ketrin.
Novembro chega assim, com boas novas, microfones abertos e pontes em construção.
De Ituporanga à Malásia, o agro catarinense fala, exporta e planta — ideias, negócios e safras. E a coluna segue acompanhando — de Santa Catarina ao mundo, direto de Brasília.
