Por Carlos Humberto (PL), deputado estadual
Em 2024, a imigração alemã no Brasil celebrou 200 anos. Em Santa Catarina, as primeiras famílias chegaram a São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, no ano de 1829. Lá se vão 195 anos em que esses cidadãos, que cruzaram o oceano Atlântico em busca de novas oportunidades, iniciaram uma trajetória que deixaria um traço incontestável nos hábitos e costumes do povo catarinense.
Blumenau, Brusque, Rio do Sul, Jaraguá do Sul, Joinville e Pomerode. Antônio Carlos, São João do Oeste, Itapiranga e Forquilhinha. Esses são alguns dos municípios em que a tradição, a fé, a língua, a arquitetura e a música, dentre outras manifestações culturais, são marcantes e podem ser percebidos até hoje por quem os visita. Preservar essas manifestações é dever nosso, enquanto cidadãos catarinenses. Da mesma forma que garantir que as memórias e heranças de todos os povos que fizeram e fazem parte da nossa construção como Estado. Europeus, africanos, povos originários, asiáticos. Todos, sem exceção.
No Vale do Itajaí, a concentração dos imigrantes foi bastante importante e eles moldaram o jeito de ser do que viria ser o chamado cidadão catarinense da atualidade. Dos primeiros anos de muitas dificuldades, em uma jornada longa da travessia de um oceano, de um hemisfério para outro, chegando nos portos brasileiros e percorrendo a mata fechada para chegar ao destino em que iriam se instalar definitivamente foi uma empreitada digna, no mínimo, de respeito.
Quando conseguiram, com bastante dificuldade, se reunir em comunidade e constituir os clubes de Caça e Tiro, hábito presente e fundamental naquele período da história em que a mata fechada e a insegurança de regiões remotas exigiam que os cidadãos mantivessem armas em suas propriedades para autodefesa. Esse traço cultural se transformou em recreação e esporte, em uma estrutura que reúne a comunidade e é sede de inúmeras festas locais, reforçando a herança cultural dos imigrantes alemães.
Quando o vereador Ito (PL), de Blumenau, me procurou pedindo emenda para dois clubes de caça e tiro da cidade eu não tive a menor dúvida, que era minha obrigação como cidadão e parlamentar catarinense, contribuir para que o exercício dessas tradições seja cada vez mais preservado.
