Classe média, pobres e miseráveis gastam dezenas de bilhões de reais em apostas online
O comércio e empresas prestadoras de serviços estão muito preocupadas com a avalanche de dinheiro gasto pelos brasileiros com apostas online – as chamadas bets – legais ou não. Levantamento contratado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviço e Turismo (CNC) apresenta números impressionantes. No período de 12 meses (julho 2023 a junho 2024) os brasileiros tiraram R$ 68,2 bilhões de suas contas bancárias para fazer apostas no absoluto imponderável, na sorte, em bets na expectativa de “ganhar uma bolada” e “sair do sufoco”. Este valor gigante corresponde a quase um quarto (22%) de toda a massa salarial dos trabalhadores. Uma montanha de dinheiro que foi jogada no lixo.
Menos dinheiro para o essencial
Significa dizer que o povo está deixando muito dinheiro nas mãos, e nas contas, de alguns empresários espertos. Mais de um quinto dos salários e rendimentos dos trabalhadores brasileiros deixam de ser utilizados na compra de comida, educação, saúde, roupas, lazer, ou em investimentos, e vão direto para enriquecer poucos que se beneficiam da esperança de milhões. Sim. Porque, na realidade, apostar o pouco dinheiro conquistado com o trabalho (a renda mensal do trabalhador brasileiro não chega a R$ 3 mil per capita) na expectativa de sair da indigência financeira, é o mesmo que acreditar em Papai Noel.
O jogo provoca endividamento
Estes R$ 68,2 bilhões representam 0,62% do Produto Interno Bruto – a soma de toda a riqueza produzida no País. Esse dado, por si só, já demonstra a importância do assunto até para as Contas Nacionais. O estudo apresentado pela CNC ainda mostra outro dado estarrecedor. Somente no primeiro semestre de 2024 havia 1 milhão e 300 mil brasileiros endividados unicamente porque gastaram excessivamente com apostas online.
Bilhões jogados fora
Outro levantamento sobre o mesmo assunto, e publicado pela “Folha de S.Paulo” informa que os beneficiários do programa social Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em jogos online, apenas no mês de agosto de 2024! Isso é o retrato do comportamento da sociedade brasileira desigual. Os mais pobres percebem que não têm chance de ascender economicamente pela via do trabalho. Então, partem para apostas em jogos que só vão empobrecer mais. (As exceções sempre confirmam a regra).
Sempre foi assim
A História prova: esse fenômeno de apostas em jogos de azar sempre aconteceu. Vem desde os tempos do Império. Propagou-se na primeira metade do século 20 em cassinos. O jogo do bicho, o mais popular, ainda é forte, especialmente no Rio de Janeiro. Décadas depois, a Loteria Federal e outros jogos (legalmente introduzidos pelo governo federal via Caixa Econômica Federal) retiravam (e retiram) muito dinheiro de circulação. Até hoje é desse jeito. A agravante é que as bets de agora colocaram o jogo de azar no centro da atenção coletiva.
Olho vivo
Para além dos apostadores ansiosos e crédulos, também a Polícia Federal e a Receita Federal estão de olhos bem abertos. Jogos de azar e criminalidade estão muito próximos, como vemos no noticiário. Sim. As apostas, nas loterias (todas elas, online ou não) são o que um ex-professor de Estatística disse na primeira aula sobre Teoria das Probabilidades: “os jogos de azar e as loterias são o imposto da ilusão”. Você paga para se iludir. Basta fazer a conta.
Outro assunto: crescimento em várias cidades
O grupo Pereira inaugura, nesta quarta-feira, dia 25, sua loja Fort Atacadista de número 60. É mais uma unidade em Joinville. O investimento soma R$ 60 milhões. A rede Fort Atacadista completa 25 anos de negócios. Iniciou em 1999, justamente em Joinville. Até o final deste ano planeja abrir mais uma loja em Joinville (no bairro Vila Nova, em novembro). E ainda estão previstos novos estabelecimentos em Florianópolis, Itajaí e Lages – em Santa Catarina – e, também em São Bernardo do Campo (SP) e em Santa Cruz do Sul (RS). Neste ano, os investimentos do grupo empresarial somam R$ 700 milhões. O grupo Pereira tem 122 unidades de negócios. Atua, no varejo, no atacado e, também, nos setores de logística e serviços financeiros.
Em alta
A economia catarinense cresceu 3,6% nos últimos 12 meses. O percentual é maior do que a média nacional para o período.