Coluna do Loetz: aquisições em Joinville, ascensão Chinesa e a preocupação com a segurança pública

Por que tantas startups de Joinville são vendidas 

Nesta semana, a empresa Audaces confirmou a aquisição da Sizebay, de Joinville, como contamos na coluna de ontem, segunda-feira. Nos últimos anos, esse movimento de fusões e aquisições se mostrou muito ativo envolvendo startups criadas por empreendedores joinvilenses. 

Basta olhar para este mercado e constatar. Desde 2021, pelo menos seis startups nascidas em Joinville foram negociadas com players maiores – até mesmo multinacionais. Em 2021, a Mercos passou para a gigante Nuvini. 

No mesmo ano, a então joinvilense Magrathea Labs foi adquirida pela Trust Inc.. Em 2023, a Becon trocou de dono e, desde então, está sob comando da CRM&Bônus. Ainda no ano passado, a NFe foi comprada pela Arquivei. E, em 2024, já ocorreram duas outras transações. Em março, Transfeere transferiu seu controle para a PAY Retails. 

E, agora, como falamos, a Sizebay passa para as mãos da ex-concorrente Audaces. O que isso tudo significa? Há, pelo menos, duas leituras, que se complementam. 

1. O bom desempenho e boas perspectivas para o futuro dessas companhias vendidas;

 2. As empresas brasileiras estão “baratas” para investidores internacionais.

Do xinguilingue ao carro voador 

Há algum empresário despreocupado com a China? Pois está do lado errado da cerca. A China acaba de anunciar sua nova política industrial, que vai ser implementada a partir de 2025. Pensada há dez anos, está clara. 

O país asiático selecionou dez setores industriais prioritários para as próximas décadas. São eles: 1. Medicina e serviços médicos; 2. Tecnologia da informação; 3. Equipamentos aeroespaciais; 4. Equipamentos ferroviários; 5. Engenharia oceânica e alta tecnologia naval; 6. Novos materiais; 7. Equipamentos de energia; 8. Máquinas agrícolas; 9. Energia verde; 10. Veículos elétricos “verdes”. Uma pergunta simples: em qual destes setores industriais, Santa Catarina consegue fazer frente? Mais: a China vai produzir, a partir de 2025/2026, chips de três nanômetros. Mais ainda: a China obteve 35.315 patentes de produtos com inteligência artificial em 2022. 

Os Estados Unidos patentearam 12.077. A União Europeia mais a Inglaterra registraram 1.173. E todo o resto do mundo conseguiu patentear 13.699 produtos e/ou invenções no mesmo ano. Os dados são do relatório de índice de IA 2024 da Universidade de Stanford. E mais ainda: 20 por cento dos turistas do mundo são chineses. 

A informação é da agência de notícias oficial da República Popular da China, Xinhua. Nunca se viu uma transformação geoeconômica, e que terá evidente importância na geopolítica global, tão avassaladora, como essa do antigo modelo chinês comunista e fechado para a economia próspera e disruptiva de agora. 

E isso tudo foi feito em menos de 40 anos A lembrar: mudanças profundas no jogo econômico global recente foram apenas duas. A reorganização industrial do mundo provocada pelo Japão nas décadas 1970-1980; e a dos chamados tigres asiáticos (Coreia do Sul e outros) nos anos 1980/1990. 

Não é por acaso que países ocidentais adotam legislações protecionistas contra a invasão tecnológica e de manufatura chinesa. 

O que está em jogo será o comando dos negócios no mundo. Claramente, a China trabalha duro para criar condições de derrubar a hegemonia norte-americana. 

Por ora, a busca é por um conceito capaz de gerar um mundo multipolar, no qual mais países possam compartilhar visões e redirecionar o futuro.

 E pergunto: qual é o nosso papel nesta transição? Acabaram os produtos chineses a R$ 1,99. Agora o jogo é de verdade.

A pauta é segurança pública


A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) faz reunião nesta terça-feira, dia 23 de julho, em Itapoá, no litoral norte do Estado. A presença mais aguardada é a do secretário de Segurança Pública do Estado de Santa Catarina.

As associações empresariais da região vão apresentar suas demandas.

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