Presidente da ACATS revela quais são os desafios do setor
A Associação Catarinense de Supermercados (ACATS) vai realizar encontro regional em Joinville no dia 3 de outubro. Em pauta, workshops técnicos e palestra do especialista em varejo e consumo Romeo Busarello.
O presidente da ACATS, Alexandre Simioni, fala, nesta entrevista, sobre cenários e ambiente de negócios.
- A tecnologia está dominando todas as áreas de negócios. No setor de supermercados também?
Alexandre Simioni: Sim. As redes de supermercados estão utilizando a inteligência artificial. Os motivos: dificuldade de encontrar mão de obra e reduzir custos. Especialmente porque as margens de lucratividade estão muito apertadas. - A inflação de preços para os consumidores é crescente.
Simioni: Para os supermercadistas, a pressão inflacionária também está grande. O preço da carne bovina subiu 5% na última semana. A inflação diminui o poder de compra dos consumidores. - A concentração de poder em poucas redes também está acontecendo no setor de supermercados. Recentemente, a Cooper comprou o supermercado Rodrigues, em Joinville…
Simioni: Há redes supermercadistas com dificuldades financeiras, endividadas. Algumas vão desistir porque as taxas de juros para financiamento estão muito elevadas e as margens cada vez mais estreitas. - E a concorrência cresce.
Simioni: A concorrência está grande. Imagina só um exemplo: grupo Koch indo para Ilhota, um município bem pequeno. Os locais terão dificuldades para competir. - Alguns grupos estão crescendo bastante.
Simioni: Sim. Os grupos Koch, Pereira (Fort), Passarela e Brasil Atacadista estão se posicionando com força. Mas tem gente vendendo menos do que no ano passado. - Um dos grandes problemas é a qualidade do atendimento em diferentes segmentos do varejo: supermercados, farmácias, lojas, etc.
Simioni: O nosso setor não é só dinheiro. Depende de uma equipe bem treinada, entrosada. Os ganhos também estão no estoque. - E falta gente para trabalhar…
Simioni: Claro! E os níveis de qualidade dos serviços estão caindo. O consumidor tem de entender isso. - Por que?
Simioni: Os supermercados abrem aos domingos. E ninguém mais quer trabalhar aos domingos, nos fins de semana. Então… - Que efeitos isso poderá ter?
Simioni: Abrir as lojas aos domingos é um assunto que movimenta os empresários. Sou contra fechar os supermercados aos domingos. E você não vai fechar o teu negócio se o concorrente continua atendendo. Mas algumas mudanças poderão vir. Redução de horário de atendimento aos domingos… talvez. Não sei. - Como isso impacta os negócios?
Simioni: O setor vive um grande estresse. Mesmo o crescimento é uma estratégia de negócios, mas também uma forma de diluir custos. - Quando vou ao supermercado, sempre vejo os preços subindo…
Simioni: Há uma pressão por aumento de preços por parte dos fornecedores. O café, a farinha, a proteína animal… os hortifruti em razão da safra. Nós não vemos os preços baixar. - Mesmo assim, novas lojas são construídas nas diferentes regiões do Estado.
Simioni: Só em Chapecó vão ser inauguradas quatro lojas até o fim deste ano. E – parece – um grande grupo estaria negociando a compra de uma rede no litoral. Não tenho certeza.
Olho no mercado norte-americano
A Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos vai abrir um escritório em Florianópolis. A Amcham já tem uma base de atividades em Joinville.
O anúncio de criação de um segundo posto no Estado mostra que as relações econômicas entre SC e empresas dos Estados Unidos estão se fortalecendo, especialmente em áreas como alimentos, agronegócio e máquinas.
Novo centro comercial
Os negócios correm para onde estão a população e as oportunidades. Em Santa Catarina, elas se concentram bastante nos municípios litorâneos.
Esse é o motivo para a construtora J.A. Russi anunciar a construção do Garden Open Mal em Itapema. Terá 2.500 metros quadrados de área comercial com aproximadamente 50 pequenas operações.
Ainda no litoral
Fusões entre empresas do ramo imobiliário não são tão comuns, mas acontecem quando há sinergia adequada.
Assim, a Adin Aluguéis se uniu com a Cri Soluções Imobiliárias. As duas operam nos mercados de Balneário Camboriú, Itajaí e Itapema.