Coluna do Loetz: Prefeitos reeleitos em SC e a política “de olho” em 2026

2026 é logo aí para três prefeitos eleitos

Adriano Silva (Joinville), João Rodrigues (Chapecó) e Topázio Neto (Florianópolis) ganharam as eleições de domingo com muita folga. E já estão com o olhar atento para o pleito de 2026.

Daqui a dois anos, haverá disputa para governador, deputado estadual, deputado federal, senador e presidente da República.


Aqui, no quadrante de Santa Catarina, os três eleitos serão nomes obrigatórios na chapa majoritária em 2026. Adriano passa a ser o grande nome nacional do NOVO. Com 78% dos votos, a tranquila reeleição o coloca naturalmente no pelotão de frente na próxima disputa pela sucessão de Jorginho Mello. Os votos dão esse cacife a ele.

O mesmo ocorre com Rodrigues, embalado por impressionantes 82% de aprovação e votos no maior colégio eleitoral da região Oeste.

Já Topázio, da Capital, também obteve vitória expressiva já no primeiro turno e passou a ser força política estadual relevante.

O NOVO e as lideranças empresariais de Joinville – e, numa extensão maior da argumentação – até boa parte da cidade – vão exigir/querer Adriano Silva candidato a governador em 2026.

A lembrar; Joinville, hoje, tem 434.821 eleitores. É o maior colégio eleitoral do Estado. E esse, por si só, é um fator importante para compreendermos a dimensão político-eleitoral do prefeito reeleito de Joinville.

Há muitas demandas em áreas críticas, como saúde, mobilidade urbana e saneamento – que necessitam de muito dinheiro para melhorar a qualidade de vida em Joinville. Então, disputando o pleito próximo – e ganhando -, Adriano terá mais tinta na caneta para fazer parte das promessas feitas ao eleitorado nos últimos três meses.

Sim… Santa Catarina é o pedaço mais conservador do país. Daí, emergirem lideranças com este perfil. Lógico que as melancias vão se acomodar na carruagem ao longo da caminhada. Por ora, o traçado está bem delineado.


O povo não quer saber de política

Os moradores de Joinville deram mais uma prova de que não se interessam por política, por eleição e nem por candidatos. Três números demonstram isso.

Dos 434.821 eleitores aptos a votar, 107.392 não votaram. Significa dizer que 24% dos eleitores não quiseram sair de casa ou estavam em outras cidades.

Dito de outra forma: um quarto dos possíveis eleitores deram as costas ao processo eleitoral e, portanto, ignoraram os candidatos.

Quando se acrescenta os números de votos brancos e votos nulos, são mais 16.800 pessoas que apenas cumpriram um dever legal porque o voto é obrigatório.

O resultado disso tudo indica que Adriano Silva será visto com lupa nos próximos anos. Tanto pela população, que espera entregas qualificadas, como em todo o Estado por conta da inevitabilidade de ser lançado candidato a governador.


Joinville é de direita

Sempre foi. E o resultado de domingo reafirmou essa realidade. Nada diferente do imaginado. O PT, que governou Joinville entre 2009 e 2012, não chegou nem perto do total de votos desejado. E o PSB, com uma proposta interessante, sucumbiu por ausência de estrutura, ausência de pessoal e ausência de recursos.

Ao longo das campanhas, era visível o cenário que acabou se confirmando nas urnas.


Salário cinco vezes maior

Os 19 vereadores eleitos em Joinville vão receber, cada um, salário mensal de R$ 19.500,00 a partir de janeiro de 2025. O valor é cinco vezes maior do que o salário médio do trabalhador.

Numa outra conta: os 19 vereadores eleitos vão consumir, somente em salários, R$ 370.500,00 por mês do dinheiro público! Então, olho vivo para eles trabalharem a favor da resolução dos problemas da cidade.


Derrota comemorada

Num olhar para o cenário nacional, a melhor notícia veio de São Paulo. A derrota de Pablo Marçal alegrou a todos que querem o fortalecimento da democracia e da civilidade.

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