A Coluna Upiara Por Toda Santa Catarina desta segunda-feira, dia 22, tem como destaque a possibilidade de que o trecho da BR-101 que abrange o Morro dos Cavalos, em Palhoça, não seja incluído na ampliação da concessão da Arteris na rodovia. Leia também sobre as eleições de Lages e Rio do Sul.
Devolve o Morro dos Cavalos para o Dnit
Quem assistiu a reunião do Fórum Parlamentar Catarinense que tratou da ampliação da concessão da Arteris na BR-101 Norte percebeu que não está nas prioridades da concessionária e nem da Agência Nacional da Transportes Terrestres (ANTT) uma solução rápida para a construção dos sonhados túneis no Morro dos Cavalos. A obra é cara (no mínimo R$ 800 milhões), não tem projetos atualizados e encareceria ainda mais uma tarifa que já deve dobrar com as melhorias previstas pela concessionária para os trechos colapsados entre Penha e Joinville.
Assim, Arteris acena com a possibilidade de obras a partir de 2028, com impacto maior na tarifa – que na proposta atual, sem Morro dos Cavalos, passa dos atuais R$ 4,90 (carros) para cerca de R$ 9,00. Também pesa, nesse caso, a questão política. As lideranças de Joinville e Itajaí criticam a ideia de outra obra dessa dimensão na Grande Florianópolis, após a conclusão do Contorno Rodoviário, antes que sejam dadas soluções para a região que concentra os maiores portos do Estado.
É nessa lógica que circulou nas conversas de bastidor da audiência pública a ideia de que esse pequeno trecho do Morro dos Cavalos seja devolvida ao governo federal, para a responsabilidade do DNIT. Assim, as obras no trecho seriam de responsabilidade do governo Lula (PT) – e poderiam contar com emendas de deputados federais e senadores catarinenses.
Aliás, Morro dos Cavalos interessa ao Sul?
Nas interrupções do trecho do Morro dos Cavelos da BR-101 por deslizamentos, o Sul do Estado grita alto pela construção dos túneis idealizados nos anos 2000 e que nunca saíram do papel. No dia da audiência pública, no entanto, apenas Geovânia de Sá (PSDB), que nem está exercendo o mandato, apareceu para pressionar pela obra. Os titulares Daniel Freitas (PL), Júlia Zanatta (PL) e Ricardo Guidi (PL) não compareceram.
“O que eu vou dizer lá no Sul?”
A pergunta de Geovânia de Sá, título da nota, ecoou no auditório do hotel de São José em que foi realizada a reunião.
A voz da indústria
Mário Aguiar, presidente da Federação das Indústrias (Fiesc), deixou bem claro que não ficou nem um pouco animado com a proposta da Arteris para espichar até 2048 um contrato que se encerraria em 2033. A entidade contratou um estudo para as necessidades da região, que será entregue ao Forum Parlamentar.
Eleição na terra, tempo de guerra
Não é só por ser filho e um dos articuladores políticos do governador Jorginho Mello (PL) que o advogado Filipe Mello (PL) foi escolhido coordenador da campanha de Topázio Neto (PSD) à reeleição em Florianópolis. Com a entrada do ex-prefeito Gean Loureiro (União Brasil) na campanha de Dário Berger (PSDB), a ideia é ter alguém que saiba contra-atacar com o mesmo peso do ataque desferido.
PL e MDB juntos em Rio do Sul
O apelo das entidades empresariais contra a fragmentação de candidaturas em Rio do Sul teve resultado parcial. O PL de Manoel Arisoli Pereira (Maneca) e o MDB de Garibaldi Ayroso (Gariba) já acertaram que estarão juntos na disputa – provavelmente, muito provavelmente, Maneca a prefeito e Gariba a vice. O apelo inicialmente também atingia o PSD do prefeito José Thomé, que apoia a pré-candidatura de Gerri Consoli (PSD). Continua pré-candidato, pelo menos por enquanto.
Também estão na disputa riossulense Jaime Pasqualini (PP) e o ex-prefeito e ex-deputado estadual Jailson Lima (PSB).
Em Lages também tem apelo de empresário
A deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania) encaminhou o apoio do Podemos do deputado estadual Lucas Neves sua eleição para a prefeitura de Lages. Com o PL do governador a reboque, o grupo é mais do que favorito para a disputa este ano – que também traz para o jogo o ex-prefeito Elizeu Mattos (MDB), o procurador aposentado Lio Marin (União Brasil) e o vice-prefeito Juliano Polese (PP).
No entanto, os empresários estão de olho na indicação do vice. Querem Maurício Batalha, mas o preferido do Podemos é o vereador Jair Junior. Pode ser a senha para adesão à pré-candidatura de Lio Marin, apoiado pelo ex-governador Raimundo Colombo (PSD).
“Por toda Santa Catarina”
A frase da nota, todo mundo que conhece um pouco de política catarinense sabe que era o mote do ex-governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e da polêmica descentralização administrativa que defendeu no comando do Estado. Peguei emprestado para o nome desta coluna que de de segunda a sexta-feira vai tentar fazer o painel de um Estado multivocacionado – e que se complementa em suas diferenças. Não dá para entender a política de Santa Catarina sem um olhar atento a cada uma de suas regiões. Este é compromisso deste espaço.
E para destacar ainda mais essa jornada, convidei Galvão Bertazzi para criar a imagem da coluna.
Arte principal: Galvão Bertazzi.