Coluna do Upiara: Décio Lima garante Lela em Florianópolis; Jorginho ciscou pra dentro em Blumenau (e mais notas desta terça, 23)

Coluna Upiara Por Toda Santa Catarina

A coluna Upiara Por Toda Santa Catarina desta terça-feira destaca a carta de Décio Lima em apoio a Lela Farias, criticando o clamor pela retirada da pré-candidatura do PT em Florianópolis. Outros destaques são a articulação de Jorginho Mello (PL) em Blumenau e a reação do PSD em Criciúma.

Décio Lima botou o PT na mesa

O presidente estadual do PT, Décio Lima, entrou em campo para respaldar a pré-candidatura do ex-vereador Lela Farias (PT) à prefeitura de Florianópolis e a estratégia do partido de não ceder a cabeça-de-chapa ao PSOL do deputado estadual Marquito. No texto dirigido à militância petista, o dirigente lembra que Lula (PT) alcançou 46,6% dos votos em Florianópolis no segundo turno e que ele mesmo, candidato a governador, foi o segundo mais votado na Capital no primeiro turno. Segundo Décio Lima, “é hora de reafirmarmos a força do nosso projeto e a importância do PT na política local”.

Na carta (leia a íntegra), o petista defendeu a lealdade de Lela e lembrou que desde 2008 o partido não tem candidato a prefeito em Florianópolis. O texto tem menções bem claras às críticas – à esquerda e à direita – de que o PT está dividindo eleitorado progressistas em benefício da candidatura de Dário Berger (PSDB):

Infelizmente, nas últimas semanas, temos enfrentado tentativas constantes de deslegitimar nossas ações, tanto por adversários quanto dentro do próprio campo progressista – disse Décio Lima.

A real disputa

A disputa de argumentos é base da democracia, mas está bem claro que PT e PSOL disputam uma eleição à parte em Florianópolis. Os petistas querem equilibrar o jogo da esquerda na Câmara de Vereadores, onde em 2016 e 2020 elegeram uma cadeira, enquanto o PSOL conquistou três.

Jorginho ciscou para dentro em Blumenau

A convenção do PL e dos partidos aliados em Blumenau, na noite de segunda-feira, foi um exemplo pronto e acabado do que é o tal do “ciscar para dentro” que o governador Jorginho Mello (PL) tanto gosta de usar. Um ano atrás, o PL não tinha nome natural para concorrer à prefeitura e testava até nomes inventados em pesquisa. O deputado estadual Ivan Naatz corria para o Twitter toda vez que alguém falava na possibilidade de filiação do prefeito Mario Hildebrandt ao PL e a vice Maria Regina Soar parecia não encaixar no projeto. Coube todo mundo no palco em torno da candidatura do deputado estadual Egídio Ferrari, pinçado dos escombros do PTB para liderar o comboio ao lado da tucana.

Foto: Maria Regina e Egídio Ferrari juntos na chapa, Mario Hildebrandt e Ivan Naatz lado a lado, o União Brasil de Marcos da Rosa e a ajuda de JPK: a impressionante articulação de Jorginho Mello em Blumenau.
Crédito: Eduardo Valente, Divulgação.

Aliás

Detalhei mais a impressionante articulação de Jorginho Mello em Blumenau na coluna exclusiva para assinantes do Jornal ND desta terça-feira.

Maryanne e burburinho nos grupos

Os grupos dos pré-candidatos a vereador dos partidos que apoiam a reeleição de Topázio Neto (PSD) em Florianópolis entraram em ebulição com a escolha da vereadora Maryanne Mattos (PL) como pré-candidata a vice-prefeita. Os comentários iam desde os críticos à indicação, os neutros dizendo que era hora de focar na vitória de Topázio e os defensores da escolha de Jorginho Mello, especialmente por ser um nome ligado à segurança pública, que deve ser um dos temas da disputa em Florianópolis.

Ação e reação em Criciúma

O movimento que mudou o rumo do Republicanos em Criciúma, com adesão à pré-candidatura de Ricardo Guidi (PL) e acena à possível futura filiação do pré-candidato a vice Acélio Casagrande (PL) não passou em brancas nuvens no PSD. Um grupo de pré-candidatos a vereador do Republicanos, a maioria mulheres, anunciou desistência de concorrer e apoio à pré-candidatura de Vaguinho Espíndola (PSD), o nome do prefeito Clésio Salvaro (PSD) para sua sucessão. A reação era esperada: o presidente municipal e pré-candidato a vereador Jefferson Monteiro (Republicanos) havia filiado nomes para uma chapa paralela caso necessário.

Foto: Como esperado, PSD de Clésio e Vaguinho esvazia chapa de pré-candidatos a vereador do Republicanos após o partido dobrar a esquina e acertar apoio ao PL de Ricardo Guidi.
Crédito: Divulgação.

Bordão inadequado

A frase “eu tiro as mulheres” tem sido usada por toda Santa Catarina por articuladores que ajudaram montar chapas de aliados que ameaçam costear o alambrado. Com a cota de gênero, a desistência de uma candidatura feminina obriga o partido a retirar dois nomes masculinos da disputa.


Arte da coluna: Galvão Bertazzi.

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