A Coluna Upiara Por Toda Santa Catarina destaca definições de candidaturas que vão para além da última hora em Joinville e Florianópolis. A mais impressionante delas é a união de MDB e PP em um palco histórico da rivalidade dos dois partidos.
MDB e PP juntos por toda Joinville
Depois de poucas semanas de conversa, o MDB e o Progressistas (PP) resolveram deixar de lado a velha rivalidade e acertar uma coligação de última hora – ou além dela – na disputa pela prefeitura de Joinville. Aprovados em suas respectivas convenções como candidatos a prefeito, Luis Claudio Gubert (MDB) e Anelísio Machado (PP) definiram na noite de segunda-feira uma aliança que em outros tempos seria mais do que improvável – seria probida. O (P)MDB de Luiz Henrique da Silveira junto com o PP de Esperidião Amin na maior cidade do Estado é mais uma evidência de como a política catarinense mudou em tempos de avanço do PL a bordo da popularidade do ex-presidente Jair Bolsonaro e a esquerda tentando reconquistar espaço graças à presença de Lula (PT) na presidência.

MDB estadual autorizou “fato novo”
A aliança foi autorizada pelos deputados federais e estaduais do MDB, diante do cenário de isolamento do partido em Joinville. Conversei com o deputado estadual Fernando Krelling (MDB), presidente do MDB joinvilense, e ele destacou a necessida de criar um “fato novo” para tentar forçar um segundo turno na cidade – cuja disputa eleitoral é marcada pelo favoritismo do prefeito Adriano Silva (Novo), candidato à reeleição.
PP comemorou aliança
O PP estadual, sob comando do ex-deputado federal Leodegar Tisckoski, também deu aval à aliança com os emedebistas – com algum entusiasmo até. O senador Esperidião Amin (PP), último mandatário dos tempos em que a cruza era impossível, tem se aproximado muito de lideranças do MDB catarinense no Congresso, especialmente o deputado federal Valdir Cobalchini. Em 2022, quando entrevistei o senador como candidato a governador, ele já dizia que buscaria o MDB para formar base aliada caso eleito.
Pensando alto
Quem acha que em meio a uma polarização entre a esquerda lulista e a direita bolsonarista, com o centro enfraquecido e a política de articulação considerada fora de moda, Luiz Henrique estaria hoje preocupado com velhas rivalidades e não em construir uma nova composição que desse algum fôlego ao ao fazer político, não aprendeu nada com Luiz Henrique.
Ainda pensando alto
Mas se der errado, não vai faltar quem lembre do apoio do MDB a Angela Amin em Florianópolis em 2020. Na época, a ex-prefeita ficou em quarto lugar na disputa.
E o PSOL vai com o PT em Joinville
O fim da aliança entre PSOL e PSB em Florianópolis teve efeito também em Joinville. Em fevereiro, os partidos anunciaram apoio mútuo nas duas cidades em torno das candidaturas do deputado estadual Marquito (PSOL) na Capital e do ex-vice-prefeito Rodrigo Bornholdt (PSB) na disputa pela prefeitura joinvilense. Faltou, claro, combinar com a direção nacional, que vetou o acordo em Florianópolis. O PT foi o beneficiário direto do fim do acerto: o PSB já tinha acertado a indicação de Ana Andrade como vice de Lela Farias (PT), ontem foi a vez do PSOL anunciar Mario Dutra como vice do ex-prefeito Carlito Merss (PT).
Chapa pura do PSOL em Florianópolis
Sem o PSB, o PSOL precisou de uns dias a mais para conseguir um nome para a vaga de vice de Marquito. Também na segunda-feira o partido definiu que a cantora Claudia Barbosa, a Zininha, será vice na chapa. Filha de Zininho, autor do Rancho do Amor à Ilha, hino de Florianópolis, ela está filiada ao PSOL. Em 2016, concorreu a vereadora pelo PP, mas ficou longe da vaga.