A Coluna Upiara Por Toda Santa Catarina destaca a possibilidade de que a mesma desembargadora que decidiu prisões de prefeitos nas operações Mensageiro e Caronte assuma uma vaga no governo de Jorginho Mello (PL), as brigas judiciais de Topázio Neto (PSD) e Dário Berger (PSDB) em Florianópolis e o destino do Republicanos em Rio do Sul.
O dilema da desembargadora Chintia Schaefer
A desembargadora Cinthia Bittencourt Schaefer tornou-se personagem importante da política catarinense como a implacável relatora da Operação Mensageiro, responsável por descortinar um susposto esquema de corrupção ramificado por prefeituras catarinenses nos serviços de coleta de lixo. Desde o final de 2022, já são 28 prefeito catarinenses que foram presos em algum momento destes mandatos que se encerram em 2024 – a maior parte deles por sua caneta. A prisão preventiva de Clésio Salvaro (PSD), de Criciúma, investigado na Operação Caronte, também veio por decisão sua – dada a prerrogativa de foro do pessedista.
Nesta terça-feira, seria o dia em que ela se encontraria com o governador Jorginho Mello (PL) para responder ao convite para assumir a Secretaria de Administração Prisional e Socioeducativa. Pelo bem das investigações e o afastamento das conjecturas de que há relação entre as decisões da magistrada e o interesse do governo, seria bom que ela declinasse a oferta para compor o secretariado do governador.
Não é hora de misturar as estações
Não há nada de errado no convite feito pelo governador. O nome da desembargadora circulou bem no sistema penitenciário e talvez seja hora mesmo de trazer para o comando alguém de fora da carreira – o que não acontece desde o fim do governo Raimundo Colombo (PSD). Mas Santa Catarina não precisa repetir com Mensageiro e Caronte a suspeição que ganhou a Lava Jato quando Sergio Moro trocou a toga por um ministério.
Upiara em Criciúma, na Rádio Eldorado
O comentário que fiz acima é a mesma posição que expus pela manhã na Rádio Eldorado, avaliando a prisão de Clésio Salvaro (PSD) no âmbito da eleição de Criciúma. Ouça a íntegra (porque o trecho sobre a desembargadora sei que anda circulando).
Justiça Eleitoral autoriza vale tudo entre Topázio Neto e Dário Berger
As decisões do juiz eleitoral Marcelo Pizolati em Florianópolis indicam a orientação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC) para que os magistrados evitem atuar como VAR nas eleições de Santa Catarina. Ou seja, se Dário Berger diz que Topázio Neto quebrou a Flex e a prefeitura de Florianópolis, o atual prefeito e candidato à reeleição deve rebater em seu espaço de propaganda. A resposta veio rapidamente, com a lembraça das ações de improbidade administrativa do ex-prefeito e até a triste lembrança do ex-prefeito Gean Loureiro (União), aliado de Dário, fazendo o que não devia em gabinete da prefeitura. É daqui para pior.
Sinais
O eleitor de Florianópolis está acostumado ao pugilato eleitoral nas disputas de segundo turno. Se começou mais cedo é porque periga terminar a feira sem vender todas as frutas.
Juiz eleitoral mantém pesquisa com “votos válidos”
Coligação de Dário Berger (PSDB) foi à Justiça Eleitoral questionar propaganda de Topázio Neto (PSD) por apresentar na televisão os resultados da pesquisa Quaest na modalidade “votos válidos” – excluindo eleitores que pretendem votar em branco ou nulo e os indecisos. Qual a diferença? Dessa forma, Topázio aparece com 49,38% das intenções de voto, muito perto de vitória em primeiro turno, contra 40% quando incluídos os indecidos. O juiz eleitoral Marcelo Pizolati negou o pedido, alegando que o uso da metodologia “trata-se, somente, da releitura dos mesmos dados, sem faltar com verdade”.
Pitaco meu
A apresentação em “voto válidos” nas pesquisas é algo consagrado e muito utilizado por institutos e contratantes porque os índices ficam semelhantes à forma oficial de divulgação, que exclui brancos, nulos e ausentes do resultado final. Vale para consumo externo. Mas a própria campanha precisa estar atenta que indeciso costuma decidir.
Upiara em Joinville, na Jovem Pan Joinville
Em meu comentário na Jovem Pan Joinville falei sobre eleições em que os candidatos protagonistas conseguem, até agora, desvincular a polarização nacional e a disputa local – caso de Joinville. A comparação oposta foi a cidade de São José. Também falei brevemente da prisão preventiva de Clésio Salvaro (PSD) em Criciúma.
Upiara em Blumenau, na Jovem Pan Blumenau
Em meu comentário diário no Jornal da Manhã, falei que as disputas judiciais entre os candidatos envolvendo propaganda eleitoral estão esquentando por todo o Estado. O que não aconteceu, ainda, em Blumenau. Ouça a íntegra.
Upiara em Rio do Sul, no GCD
O comentário diário para as rádios do Grupo de Comunicação Difusora trataou da decisão da Justiça Eleitoral, em primeira instância, que rejeitou o pedido da direção estadual do Republicanos, sob comando do deputado federal Jorge Goetten, de anular o apoio da direção municipal do partido à candidatura de Gerri Consoli, do PSD, a prefeito de Rio do Sul. Ouça a íntegra.
Arte em destaque: Galvão Bertazzi
