O orçamento do Sebrae-SC para este ano soma R$ 300 milhões. Os recursos serão utilizados em ações dos dez eixos de trabalho desenvolvidos pelo órgão nas suas oito coordenadorias regionais, e alcance para todos os municípios catarinenses. Uma das prioridades: cada vez mais interiorizar os serviços, de modo que se atenda maior número de micro e pequenas empresas. O diretor técnico do Sebrae, Fábio Búrigo Zanuzzi explica.
– Oitenta por cento dos municípios de Santa Catarina tem menos de 20 mil habitantes e já estamos atuando em pelo menos 150 deles para capacitar os servidores públicos. Este trabalho junto a prefeituras começou em 2017. Algumas cidades já estão no terceiro ciclo e cada ciclo dura dois anos.
O Sebrae e um grande hub voltado ao empreendedorismo. Neste sentido, atua em dez eixos estruturantes: desburocratização, compras governamentais, sala do empreendedor, liderança, educação empreendedora, marketing territorial e setores econômicos, inovação e sustentabilidade, cooperativismo e crédito, gestão municipal e inclusão produtiva.
Embora tenha um orçamento robusto – R$ 300 milhões não e pouco dinheiro – as demandas empresariais por apoio sempre são maiores. E crescentes, revela Zanuzzi.
Nada que surpreenda. Claro que as necessidades dos micro e pequenos negócios são gigantes. Principalmente para evitar mortalidade precoce. Também com o objetivo de melhorar a competência administrativa dos gestores, está sendo criada a gerência de competitividade, com foco em vetores variados: indústria, agronegócio, serviços e comércio.
– Já identificamos fatores que influenciam, fortemente, para o sucesso ou insucesso dos empreendimentos – diz o diretor técnico. O executivo relaciona: gestão e conhecimento do mercado, acompanhamento de tendências, ter bom planejamento, ter processos enxutos e capacitação continua.
Além dos profissionais do Sebrae, que dão consultorias e prestam informações aos que procuram apoio, o órgão dispõe de estrutura de informações úteis a empreendedores. Dados e análises podem ser acessados no Observatório Sebrae. Há, lá, inclusive alertas sobre fatos e legislações pertinentes aos interesses dos empresários, afirma Zanuzzi.
Grande parte daqueles que iniciam algum negócio próprio, o faz por necessidade, reconhece o diretor.
– Temos grandes desafios, certamente. No Brasil funcionam 8 mil CRAs, que atendem 90 milhões de brasileiros que recebem Bolsa Família. Claro, que em meio a este público tem empreendedores em potencial. Temos que dar dignidade a estas pessoas.
As carências não estão apenas entre os indivíduos. Elas se espalham geograficamente. Em algumas regiões está situação e mais visível, em outras nem tanto. Zanuzzi vai ao ponto e identifica onde os dramas sociais são maiores:
– As desigualdades socioeconômicas mais acentuadas são mais nítidas no eixo dos municípios que circundam a BR-116. Principalmente no trecho que vai de Mafra a Lages. Nesta região há necessidade de políticas públicas assertivas para melhorar os indicadores de desenvolvimento.