Cooperativismo em alta: a força feminina catarinense no centro do movimento nacional

Só em Santa Catarina, são 4,7 milhões de cooperados — 58% da população do Estado — e um faturamento de R$ 91,2 bilhões em 2024. Um modelo que gera empregos, fortalece comunidades e exporta liderança.

Ano internacional, números gigantes

Em 2025, declarado pela ONU como Ano Internacional das Cooperativas, o sistema já reúne 25,8 milhões de associados no Brasil e movimenta mais de R$ 757 bilhões ao ano.

Coopera Mais Brasil

Em Brasília, o 2º Encontro Nacional do Cooperativismo – Coopera Mais Brasil trouxe dois marcos para a agricultura familiar: a roda de conversa sobre crédito e financiamento da produção de alimentos saudáveis e o lançamento da campanha Mais Mercados para a Agricultura Familiar na Transição Energética. O recado foi claro: crédito, políticas públicas e proximidade com o setor financeiro são essenciais para que a agricultura familiar ocupe o centro da transição energética sustentável.

De Ipumirim para o topo do agro

De uma cidadezinha que muita gente precisa abrir o mapa para achar, saiu uma das vozes mais potentes do cooperativismo brasileiro: Tânia Zanella. De Ipumirim para Brasília, ela quebrou cadeados em portas que sempre estiveram fechadas para mulheres. Primeira a assumir a Gerência de Relações Institucionais, depois a Gerência-Geral e, por fim, a Superintendência Nacional da OCB. Não à toa, em 2021, ela entrou para a lista da Forbes entre as 100 mulheres mais poderosas do agro.

Feminina e forte

Hoje, Tânia comanda o Instituto Pensar Agro (IPA) — o cérebro por trás da Frente Parlamentar da Agropecuária — e segue à frente da OCB, a voz de mais de 5 mil cooperativas brasileiras. Catarinense arrojada, mãe, pioneira e estrategista, mostra que liderança feminina não é exceção: é tendência.

Coop como patrimônio cultural

Em encontro recente com o presidente do Iphan, Tânia articulou o reconhecimento do cooperativismo como patrimônio cultural imaterial do Brasil. A proposta busca reforçar que o cooperativismo é mais do que força econômica: é prática cultural viva, preservando tradições, fortalecendo comunidades e construindo identidade nacional.

Elas pelo Coop

No 20º Encontro Estadual de Mulheres Cooperativistas, em Chapecó, mais de 1,2 mil mulheres de 48 cooperativas mostraram que o protagonismo feminino no setor não é discurso: é realidade. Sob o tema Raízes fortes, asas livres, Tânia reforçou que diversidade não é só justiça social — é competitividade e inovação.

Educação e futuro

O Senado também vai celebrar os 50 anos do ensino superior em cooperativismo, iniciado em 1975 na UFV. A data será marcada com audiência pública para debater educação, pesquisa e o papel do ensino na expansão do setor.

Compromisso com o Futuro

Enquanto uns ainda acham que cooperativismo é coisa de interior, os números — e as mulheres — mostram que é futuro. E quem duvida da força catarinense nesse movimento, é melhor se preparar: de Ipumirim para Brasília, a porta já está aberta e a cadeira já foi puxada.

Em 2025, o desafio é consolidar essa trajetória como exemplo de desenvolvimento econômico aliado à inclusão social, sustentabilidade e valorização cultural.

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