Crise política e agro como munição diplomática

No meio do caos político, o agro segue sendo moeda de troca e munição diplomática. Bolsonaro condenado, filho inflamado, Trump “fardado” de aliado… e o Brasil? Este continua tentando vender café, carne e frango, porque, no fim das contas, o agronegócio nunca sai do nosso cardápio.

Exportando a crise

A condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão pelo STF não foi apenas um ato jurídico: foi a explosão de mais um barril de pólvora no campo minado da política brasileira. E o eco não ficou só em Brasília, atravessou fronteiras e desembarcou em Washington, incendiando ainda mais um cenário já inflamado.

Reação EUA

O presidente americano chamou a sentença de “muito ruim para o Brasil” e Marco Rubio já falou em “reação”, até militar. O filho 03, Eduardo Bolsonaro, foi além da bravata: citou caças F-35 e navios de guerra americanos atracando por aqui.

X9 da República

A fala do deputado incendiou o clima. Lula reagiu forte, pedindo sua expulsão da Câmara e chamando-o de traidor da Pátria, comparando-o a Joaquim Silvério dos Reis.

Tarifaço kamikaze

Enquanto a política pega fogo, o comércio internacional tenta apagar incêndios. Trump já retirou a celulose brasileira da lista de tarifas e o ministro Paulo Teixeira aposta que café e carne serão os próximos. Afinal, americano não vive sem cafeína, nem sem churrasco.

BNDES de prontidão

Para compensar os impactos do chamado “tarifaço”, que elevou em até 50% a taxação sobre alguns produtos, o governo anunciou crédito de R$ 40 bilhões, R$ 30 bilhões do governo e R$ 10 bilhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com juros de 7% a 9%, estímulo a compras governamentais de pescado, frutas, carne e café, além da prorrogação do drawback por um ano e reintegro de 3% sobre exportações.

Agro é munição política

Em Mato Grosso, o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, ressaltou a importância da agroindústria tanto para o desenvolvimento municipal quanto nacional, dando destaque para as oportunidades criadas pela Nova Indústria Brasil (NIB) em campos como biocombustíveis e energia limpa, além da produção de alimentos.

China no radar

Uma missão chinesa deve visitar o Rio Grande do Sul e Santa Catarina ainda em setembro pra avaliar a biossegurança e, quem sabe, liberar de novo o frango brasileiro.

Se os chineses liberarem novamente o frango brasileiro, será mais um alívio em meio ao ambiente carregado de incertezas.

“DesTarifaço” da FIESC

O presidente da entidade, Gilberto Seleme, disse que para reduzir os impactos, a FIESC lançou o programa “desTarifaço”, voltado ao suporte de indústrias exportadoras. A iniciativa inclui estudos de inteligência comercial personalizados para orientar empresas na busca de novos mercados.

Segundo levantamento da Federação, que elaborou um estudo técnico para mapear os possíveis cenários no curto e no longo prazo, o tarifaço pode derrubar PIB da Serra Catarinense em 0,53%.

Isso porque a região é a mais vulnerável em qualquer cenário, devido à menor diversificação industrial e à forte dependência do setor madeireiro, cuja produção tem os Estados Unidos como principal destino.

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