Por Day Borges

Todos desejamos um mundo melhor, mas poucos estão dispostos a se levantar e fazer a mudança acontecer. Às vezes nos sentimos pequenos diante da imensidão dos desafios que enfrentamos, mas é justamente aí que reside o poder da ação individual.

Ano após ano, vemos os mesmos problemas assolando nossas cidades. Eleição após eleição, os mesmos rostos ocupam os cargos políticos, e muitas vezes nos resignamos a escolher o “menos pior”.

Nos conformamos a olhar para a política como um meio sujo, repleto de escândalos e impunidade; com o político que “rouba, mas faz”; e a viver numa cidade abandonada por três anos e num “canteiro de obras” no ano eleitoral. Assim é fácil cair na armadilha da apatia e da desesperança, mas é nesse exato momento que precisamos lembrar do impacto que a ação de cada um de nós pode ter.

Eu mesma nunca imaginei me tornar uma candidata política. Mas quando o convite chegou, uma pergunta ecoou em minha mente: “Você vai se recusar a agir quando a oportunidade de fazer a diferença se apresenta?” Foi então que decidi assumir a responsabilidade e fazer a minha parte.

A jornada de ser candidata foi uma experiência transformadora, uma verdadeira escola da vida. Percorrer os caminhos da campanha eleitoral me fez sair da minha zona de conforto e enxergar realidades que antes estavam ocultas.

Independentemente da formação ou área de atuação, nada se compara à intensidade de uma campanha eleitoral. Desafios surgiram a cada passo, altos e baixos que testaram minha determinação e resiliência. Conheci um lado das pessoas que nunca imaginava existir, um lado capaz de tudo para alcançar seus objetivos. Mas eu não entrei na política pelo poder em si, entrei por um propósito de mudança que passa pelo poder.

Quando aceitei ser candidata, o fiz com uma coisa em mente: não mudaria quem eu sou nem o meu propósito para me manter na política. Se um dia eu perceber que esse seria o único caminho, estarei fora.

Além disso, a participação na política não se limita apenas à candidatura. Atualmente, exerço um papel como dirigente partidária, e percebo que muitos ainda resistem a se envolver com política. Em uma conversa recente ouvi: “eu não me envolvo com política”, mas precisamos entender que “a política nos envolve”.

Gostemos ou não, a política está intrinsecamente ligada às nossas vidas. Ela não espera por nossa permissão, ela simplesmente se envolve conosco, moldando nosso presente e nosso futuro. Portanto, convido a todos a enxergar a política não como um fardo, mas como uma oportunidade de transformação.

Cada um de nós tem o poder de influenciar o curso dos acontecimentos, de moldar o destino de nossa sociedade. Não podemos nos dar ao luxo de permanecer passivos. Afinal, a mudança que tanto almejamos começa dentro de cada um de nós.

Day Borges é secretária de Assuntos Legais e Institucionais do Novo em Santa Catarina. Foi candidata a deputada estadual em 2022 e a vice-prefeita de São José em 2020.