Depois de Balneário Camboriú, chegou a vez do Litoral Norte

Quem passa pela BR-101 no trecho entre a divisa do Paraná com Santa Catarina até Itajaí, certamente enxerga prédios e mais prédios sendo erguidos nos municípios do litoral catarinense. O “boom” imobiliário é claro e está visível desde Itapoá até Penha, com especial destaque para Balneário Piçarras e Barra Velha.

Um dado, por si só, já explica boa parte da história: o Produto Interno Bruto de sete municípios litorâneos – Itapoá, Barra Velha, Piçarras, Penha ( que ficam às margens da BR-101), além de Araquari, Barra do Sul e São Francisco do Sul (localizadas próximas à BR- 280), somadas, aumentou 7,53 por cento por ano, no período que vai de 2002 a 2020. A média nacional foi de 1,97 por cento ao ano. E a população também só aumenta exponencialmente.

Nada disso acontece por acaso. Há a enxurrada de aposentados procurando um lugar numa praia. Há os investidores fazendo negócios milionários porque ainda há dois outros públicos a atender: os que optam em morar no litoral, e aqueles que enxergam oportunidades futuras de revenda de imóveis em construção ou recém lançados

Alguns fatores logísticos auxiliam a explicar o que acontece. Estes municípios litorâneos ficam próximos a Joinville e a Florianópolis. E num raio de até 200 quilômetros até Curitiba, tendo três aeroportos: Navegantes, Joinville e Curitiba.

Isso tudo, e a expansão do porto de Itapoá, traz mais riqueza para os municípios. Em Itapoá, por exemplo, a cooperativa Coamo projeta construir seu próprio terminal portuário. Hoje, o PIB de Itapoá ultrapassa R$ 1,2 bilhão e tem aproximadamente 30 mil habitantes.

A população de Barra Velha é de aproximadamente 45 mil habitantes e dobrou nos últimos doze anos.

Lá estão, por exemplo, a fábrica de vidros Cebrace e um centro de distribuição da rede de varejo Havan. Araquari, que cresce cada vez mais, sedia a fábrica da BMW no Brasil e também tem unidade fabril da coreana Yosung.

Essa realidade, que enche os olhos de construtoras e corretores de imóveis, cria problemas naturais decorrentes do próprio crescimento: a necessidade do poder público prover mais serviços de infraestrutura, por exemplo. E a gradual mudança do perfil da população local.

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