Os altos índices de acidentes e congestionamentos no trecho norte da BR-101 repercutiram na sessão plenária desta terça-feira (28), realizada no município de Balneário Camboriú, no Vale do Itajaí, dentro do projeto Alesc Itinerante.

Em tribuna, a deputada Paulinha (Podemos) apresentou estatísticas alarmantes levantadas pela Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina (Fetrancesc), em um comparativo de sinistros registrados neste trecho da rodovia, com a média da malha federal no Brasil.
Aqui, o índice de mortes em acidentes é 500% maior do que a taxa nacional. Em número de acidentes a diferença percentual sobe para 1.142%.
“Teremos mais sete anos de contrato com a Arteris pela frente, a empresa já tem mais de 800 descumprimentos contratuais e eu não entendo porque ainda não temos pelo menos a ligação das marginais no trecho entre Porto Belo e Itajaí. É muita gente morrendo. Temos que nos unir, independente de bandeira ideológica ou de governo. Não podemos normalizar esta estupidez. Nenhuma causa é mais importante para esta região que a BR-101”, reivindicou a parlamentar.
Em à parte, deputados manifestaram apoio à fala de Paulinha.
“Na BR-101 no Morro dos Cavalos vivemos problema semelhante. Há seis meses uma carreta explodiu, atingiu mais de 20 carros e por pouco não aconteceu uma tragédia. Neste período, entre idas e vindas de Brasília nada foi feito. Estamos na porta do verão e mais uma vez a BR-101 vai entrar em colapso”, alertou o deputado Sérgio Guimarães (União).
Já o deputado Mauro de Nadal (MDB) questionou a ausência de meios de transporte de passageiros, como trens e metrôs. “Acredito que este seja o momento para fazermos este debate e este investimento em Santa Catarina”, defendeu.
“Vivemos este drama na Grande Florianópolis. Precisamos ter um grupo de trabalho constante para debatermos ações. A população está cansada e desacreditada”, acrescentou o deputado Camilo Martins (Podemos).
Implantação da Via Mar
Também em tribuna, o deputado Carlos Humberto (PL) chamou a atenção para a implantação da Via Mar, que ligará o contorno da Grande Florianópolis a Joinville, sendo uma rota alternativa para diminuir os gargalos na BR-101. O deputado questionou a demora no andamento dos trabalhos pelos governos federal e estadual.
“A Alesc tem debatido este tema há anos. Criamos a Frente Parlamentar do Contorno Rodoviário Norte e a partir da nossa mobilização conseguimos avançar na ordem de serviço da licitação para a contratação de projetos, estudos e licenças. Hoje a Via Mar está na fase de projetos e o governador do Estado tem informado à Frente que as obras iniciarão em 2026”.
Buracos na SC-281
O deputado Sérgio Guimarães subiu à tribuna para reclamar dos problemas de infraestrutura da SC-281, que liga os municípios de São José e São Pedro de Alcântara.
“Fizemos uma ação junto a uma empresa que em um ‘gesto de caridade’, fechou os buracos porque ninguém aguentava mais. Agora sou surprerendido com a informação de que posso sofrer uma ação do Estado por isto. Não quero acreditar que isto seja verdade”, disse.
Câmeras nas escolas
A deputada Ana Campagnolo (PL) voltou a alertar para os casos de violência registrados em escolas de Santa Catarina.
“São professores agredindo alunos, alunos agredindo professores, pais e professores indo às vias de fato, pedófilos atuando como cuidadores de crianças. Desde 2019, subo a esta tribuna para falar sobre o acervo de provas que trouxemos para o Parlamento de violação institucional, psicológica e física de crianças por professores”.
Campagnolo citou um caso recente denunciado pelo Ministério Público, após análise de cerca de cem vídeos, de maus tratos contra bebês, em uma creche na região do Alto Vale. “Este caso só foi denunciado porque havia imagens. Como podemos assegurar que estes casos não mais aconteçam? Só se tivermos provas para punir estes professores”.
A parlamentar pediu a sensibilidade dos parlamentares para a aprovação de projeto de lei de sua autoria que propõe a instalação de câmeras de segurança nas escolas.
Em à parte, os deputados Camilo Martins e Jair Miotto (União) se manifestaram.
“É uma proteção aos estudantes e aos professores, com respeito à lei de proteção de dados”, disse Camilo Martins.
“Cada vez mais a sociedade se conscientiza da importância da transformação desta proposta em lei”, acrescentou Miotto.






