Dia do Protetor de Animais triste sem a atuação de Paulo Roberto, protetor do município de Biguaçu

Na madrugada de sábado começaram a circular notícias sobre animais mortos dentro do freezer de um protetor, que mantinha cerca de 50 cachorros em seu sítio no município de Biguaçu. Vídeos tristes da situação não demoraram a viralizar entre os que amam os bichos. O protetor Paulo Roberto Pedro foi preso na sexta-feira (8) e foi aberto um inquérito por crime ambiental. Após a audiência de custódia, no dia seguinte, Paulo foi solto, mas proibido de ter a guarda de animais até a decisão final do judiciário, conforme informou a sua advogada Lisiane Echeverria OAB/SC 42.061. Os cães que estavam no sítio foram recolhidos por Ongs, por protetores de animais independentes e pela Famabi (Fundação de Meio Ambiente de Biguaçu).

Falta de apoio do Poder Público

“Ele é uma pessoa inocente, é um cuidador e não um malfeitor, conforme será provado nos autos do processo”, declarou a Dra. Lisiane, lembrando que há inúmeras provas de pedidos de auxílio ao trabalho dele com os animais tanto ao município, quanto ao Estado e que, embora neste momento estejam atuando, nunca o haviam auxiliado. Ela conta que os corpos de animais no freezer da residência de Paulo estavam lá para a segurança dos demais. Os cachorros mortos, segundo ela, seriam enterrados, mas precisariam ser depositados em locais distantes de onde ficam os seus cachorros, já que provavelmente tinham doenças contagiosas. Mas quando ele foi enterrá-los, havia uma grande colmeia no caminho, o que o impedia de chegar ao local pretendido. Ela ainda informou que assim que o trabalho da colmeia reduzisse, eles seriam colocados em suas covas.

O que dizem os que o conhecem

Paulo Roberto, é um protetor bastante conhecido na Grande Florianópolis por seu trabalho de defesa e proteção aos animais. Muitas pessoas já se envolveram no auxílio aoscachorros amparados por ele e as informações passadas são totalmente diversas do que tem sido divulgado. Ana Lucia de Oliveira Kinceski, funcionária pública, conheceu Paulo em 2017 vendendo doces para manter os animais. Segundo ela, ele nunca expôs a grande necessidade que passava para mantê-los. Ele havia recolhido cachorros em situações deploráveis, mas com o passar do tempo, de um dia para o outro apareciam novos animais, provavelmente abandonados ali por seus tutores, ou por quem não os queria por perto. “Conheço o Paulo há mais de quatro anos. Ele é uma pessoa do bem, jamais maltrataria um animal. Ele não tem dificuldade para pedir ajuda e, pelo que sei, pediu ajuda para a Prefeitura de Biguaçu. Quando estive lá, há quatro anos atrás, foram várias vezes ,estava tudo certo. Ele tinha 42 animais e estávamos ajudando a doar, vacinar e castrar. Acabei me desligando e não imaginava que a situação tivesse chegado ao extremo. Cada caso é um caso e o dele é muito específico, devido à total falta de apoio e de pessoas que deixavam animais no portão do sítio. Entrou em desespero e sozinho”, afirmou a conhecida protetora Camila Chittolina

Problemas de Saúde  

Em vídeos e em informações recebidas, escutei que Paulo teria problemas psiquiátricos, o que também segundo a advogada não é verdadeiro. Formado em Direito e em Ciências Sociais e funcionário aposentado do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Mesmo com um salário fixo, ele não conseguia manter aquela quantidade de bichos, então e vendia doces. Muitos voluntários chegaram a auxiliar o trabalho feito por ele, mas como a vida das pessoas é bastante dinâmica, em muitos casos não puderam permanecer na assistência aos animais. A falta de apoio do Poder Público, que agora está atuando na limpeza e cuidado do local, após a exposição do caso nas redes sociais, foi a maior motivadora da situação de horror encontrada em Biguaçu neste final de semana. Uma grande pena Paulo não ter recebido parabéns pelo dia do Protetor neste domingo, dia 10, pois muitos cães foram salvos por ele. Me entristece o fato de ele ter passado um dia tão dolorido, quando mais uma vez ele deveria ter recebido presente. Ele lamentou a retirada forçada de animais, quando deveria ter recebido de presente castrações, vacinação e limpeza do ambiente do poder público, além de muita, muita ração.

As fotos postadas aqui são do sítio, feitas em 2023

Os colunistas são responsáveis pelo conteúdo de suas publicações e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Upiara.