Hoje, 26 de agosto, é celebrado o Dia Internacional da Igualdade Feminina. A data simboliza conquistas históricas, mas também escancara as desigualdades que persistem quando o assunto é equidade de gênero no mercado de trabalho – no Brasil e em Santa Catarina.
De acordo com o 3º Relatório de Transparência Salarial, divulgado em abril pelo Ministério do Trabalho e Emprego, as mulheres brasileiras seguem ganhando menos que os homens em empresas com 100 ou mais empregados: em média, 20,9% a menos. Enquanto eles recebem R$ 4.745,53, elas ficam em R$ 3.755,00.
O recorte racial deixa o quadro ainda mais desigual: mulheres negras recebem, em média, 38% a menos que mulheres não negras.
Apesar da crescente participação no mercado formal – que passou de 38,8 milhões em 2015 para 44,8 milhões em 2024 –, a massa de rendimentos do trabalho feminino representa apenas 37,4% do total nacional.
Santa Catarina: bons números, mas diferença persiste
Santa Catarina vem apresentando índices mais favoráveis à inserção feminina do que a média nacional. Em 2024, 52,7% das novas vagas formais criadas no estado foram ocupadas por mulheres. Já em janeiro deste ano, o percentual foi de 39,5% – acima do Sul (28,1%) e do Brasil (20,4%).
O rendimento médio das catarinenses chegou a R$ 3.190,00 em 2024, com crescimento de 21,8% em dez anos, superando a evolução salarial masculina (18%).
Ainda assim, a desigualdade salarial continua evidente:
Mulheres: R$ 3.177,83
Homens: R$ 4.411,09
Diferença: 27,96%
Joinville: protagonismo feminino
A maior cidade do estado, Joinville, reflete esse protagonismo. Até fevereiro de 2024, 59,4% das novas vagas formais foram ocupadas por mulheres. O rendimento médio feminino chega a R$ 3.490,60 – superior à média catarinense.
O que ainda falta?
O avanço é inegável, mas os números reforçam que a igualdade ainda está longe de ser realidade. O desafio vai além do acesso às vagas: passa pela redução das diferenças salariais, pela ampliação da presença feminina em cargos de liderança e pelo fortalecimento de políticas públicas e práticas empresariais que garantam oportunidades reais de equidade.
