Por Diego Machado
Meu início é parecido com o mesmo de centenas de milhares de joinvilenses: ainda criança, junto a família, tentando fugir das dificuldades que se encontrava o sudoeste paranaense na década de 1980 e início de 1990, buscamos em Joinville uma esperança de prosperidade.
Com poucos pertences, na carroceria de um caminhão, aos 6 anos, cheguei em 1994. Pouco tempo depois, minha família mudou para uma casa de um conjunto habitacional criado e financiado pela Prefeitura, o Vila Real, no Distrito de Pirabeiraba.
Ali conheci minha esposa, que também morava no mesmo conjunto, onde permanecemos até hoje. Terminamos de pagar o financiamento em meados de 2021 e finalmente a escritura foi emitida em nossos nomes. Jamais vou esquecer desse dia, quando peguei aquele papel na mão.
Não tenho dúvidas em afirmar que esse programa habitacional foi essencial na minha jornada, sou prova viva da importância e da diferença que esses programas exercem na sociedade.
Que os conjuntos habitacionais desempenham um papel crucial no Brasil, especialmente para atender às necessidades de moradia da população de baixa renda, não é novidade. Esses empreendimentos são projetados para proporcionar acesso a moradias dignas e seguras com um custo acessível.
Além disso, esses espaços contribuem para a redução do déficit habitacional no país, oferecendo uma alternativa viável para famílias que enfrentam dificuldades para adquirir ou alugar um imóvel no mercado convencional.
Um aspecto importante da presença de conjuntos habitacionais no Brasil é a promoção da inclusão social e urbana. Ao proporcionar moradia para famílias em áreas bem localizadas, próximas a serviços públicos e infraestrutura, esses empreendimentos ajudam no desenvolvimento.
Por morar desde a década de 1990 em um conjunto de casas, criado pela Prefeitura da cidade entendi que esta seria uma pauta decisiva na vida e no dia a dia das pessoas. Recentemente consegui terminar de pagar as parcelas e recebi a escritura do terreno.
Na maior cidade de Santa Catarina isso ocorre por meio de projetos que vêm sendo aprovados e trabalhados, na Câmara de Vereadores de Joinville. Falo com propriedade, como sou prova viva da importância desses programas e por isso lutamos para aprovar na Câmara a utilização de três grandes áreas para construção de 216 casas.
As unidades serão feitas em três bairros: Costa e Silva, Vila Nova e Jardim Iririú, por meio de programas específicos, como “Minha casa, minha vida”. As famílias devem manter o cadastro atualizado na Secretaria de Habitação para passar por análise e posteriormente serem beneficiadas.
Os conjuntos habitacionais também podem incluir espaços públicos, áreas verdes e equipamentos comunitários, contribuindo para a qualidade de vida dos moradores. Defendo a utilização de todos os terrenos públicos que não atendam as necessidades de expansão das secretarias e serviços públicos para serem destinados a lotes que serão utilizados nos programas habitacionais municipais. Obviamente como rigor, fiscalização e justiça necessária para garantir a eficácia do programa.
Em resumo sou favorável aos conjuntos habitacionais, pois desempenham um papel fundamental no contexto brasileiro, atendendo às necessidades de moradia das camadas mais vulneráveis da população, promovendo a inclusão social e urbana e contribuindo para a redução do déficit habitacional no país.
É essencial que esses empreendimentos sejam planejados e executados de forma integrada, considerando não apenas a oferta de moradias, mas também a criação de comunidades sustentáveis e integradas ao tecido urbano.
Diego Machado (PSD) é presidente da Câmara de Vereadores de Joinville.
