Dólar explode com fogo amigo e desconfiança do mercado financeiro

A cada semana, novas notícias e novas declarações oficiais aumentam as dificuldades do governo Lula em conseguir se desviar das flechas endereçadas ao centro do Poder.

A cada semana, novas notícias e novas declarações oficiais aumentam as dificuldades do governo Lula em conseguir se desviar das flechas endereçadas ao centro do Poder.


Vamos listar apenas algumas das situações recentes a atrapalhar a administração, tanto do ponto de vista das relações políticas, como no plano da gestão econômica.

O dólar foi cotada a R$ 5,46 na terça-feira, dia 18. Há mais de duas semanas se mantém acima de R$ 5,30, subindo…subindo. O câmbio elevado tem várias causas: 1. fuga de capitais e de investimentos do Brasil. 2.
mercado financeiro já não acredita mais nas promessas do governo. 3. déficit fiscal sem perspectiva de efetivo controle.


Nesse ambiente, outros fatos e pessoas conspiram contra o governo. A insistência do presidente Lula em criticar o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto em razão da manutenção da taxa de juros na estratosfera é apenas uma das pontas soltas.


Sim. Os juros estão muito altos. Selic a 10,50 ao ano dificulta impulso na economia. Afasta negócios em setores importantes, como construção civil, mercado de automóveis. Também cria problemas adicionais aos endividados – pessoas físicas e empresas.


E ajuda os exportadores, que se beneficiam nas transações internacionais. Sim. Os juros altos pressionam a inflação para cima. Produtos industrializados, insumos e produtos agrícolas importados ficam mais caros aqui.


Adicionalmente, Haddad tem optado por tentar aumentar a receita, em vez de reduzir gastos públicos para equacionar o déficit nas contas públicas. Elas, por si só, já são causa para juros altos porque o governo é tomador de empréstimos.


E banqueiro empresta o dinheiro se entender que o preço dele (os juros) lhe são favoráveis.
Simples assim. E tem mais: o Congresso é dominado pela oposição. Fortemente majoritária na Câmara de
Deputados. E mesmo no Senado, o governo enfrenta resistências significativas. E este mesmo Congresso detém 50 por cento do Orçamento federal. Com esse poder, encurrala Lula no corner, sempre pedindo mais.


O famoso Centrão, com apetite voraz, dita as regras, enquanto outro embate grave tem se estabelecido no país nos últimos anos: Executivo x Legislativo; Legislativo x Executivo; Executivo x STF; STF x Executivo; Legislativo x STF e STF x Legislativo.


E ainda estamos na véspera de eleições para municípios e na antevéspera de eleições presidenciais – as mais importantes e decisivas para o futuro do país, nos últimos 30 anos.

Dito isso, pergunto: quem manda no Brasil?

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