Vinícius Ouriques escreve artigo com uma reflexão sobre a importância da transformação pessoal e do impacto coletivo, destacando a necessidade de agir com empatia, amor e responsabilidade para criar um mundo mais justo e sustentável.
Em algum instante de sua jornada, você certamente já parou para refletir sobre o que faria se aquele fosse o seu último momento. E, no silêncio dessa reflexão, talvez tenha sentido o eco inquietante do “e se…”.
Viemos a este mundo com uma missão grandiosa e irrefutável: sermos melhores. Não apenas para aqueles que nos cercam, mas, sobretudo, para nós mesmos. Nossa passagem por este plano deveria ser profundamente marcada por trabalho dedicado, caridade sincera, bondade incondicional e amor transformador. Cada uma dessas palavras, apesar de suas nuances, carrega a essência do nosso papel na existência.
De que nos serve fechar 2024 repletos de planos para 2025 se insistimos nos mesmos erros? O universo não guarda segredos: comportamentos inalterados resultam em desfechos repetidos. Para evoluir, precisamos agir diferente.
A evolução não se limita ao campo profissional, às conquistas pessoais ou aos aplausos que recebemos. Ela reside na capacidade de enxergar além de nós mesmos. O mundo clama por socorro em cada esquina. Pessoas sem teto, animais abandonados, mulheres, crianças e idosos que padecem em silêncio sob o peso da violência. E a natureza? Queimada, sufocada, exaurida – o reflexo de nossa própria indiferença.
Por que não escolher, neste novo ano, uma causa que nos inspire a agir? Não estamos separados do planeta. Nós somos o planeta. O que fazemos hoje moldará o legado que deixaremos para nossos filhos, netos e todas as gerações que virão.
O meio ambiente é como o corpo que nos foi emprestado: uma dádiva temporária que exige cuidado, respeito e uma inevitável prestação de contas ao final. Assim também é com as relações humanas. Não adianta sermos geniais em nossos ofícios se não somos capazes de cumprimentar o porteiro do prédio ou oferecer um olhar de compaixão àqueles que sofrem.
A mudança que desejamos para o mundo começa dentro de nós. Temos saúde, inteligência, empatia e capacidade. Então, por que não usar esses dons para transformar realidades?
Que o dia 31 de dezembro seja o marco de um recomeço. Que 2025 nos convide à transformação pessoal, à expansão do amor e ao fortalecimento da compaixão. Que tenhamos a coragem de estender as mãos, de abrir os corações e de renascer com a alma repleta de bondade.
Ao final da nossa jornada, o que ficará não será o que possuímos, mas o que doamos – o amor que semeamos, o cuidado que cultivamos, a esperança que despertamos. Que sejamos luz na vida dos outros, e que, ao partir, deixemos um mundo mais humano, mais justo, mais belo.
Porque amar, afinal, é o que nos torna eternos.
Vinícius Ouriques é advogado e voluntário de projetos sociais.