Em diplomação conjunta, Juliana Pavan fala de processo contra chapa de vereadores do PL

Leonel Pavan e Juliana Pavan em diplomação conjunta

Katti Villain, especial para o upiara.net

Em uma solenidade histórica realizada no Expocentro Júlio Tedesco na noite de segunda-feira, Juliana Pavan e Leonel Pavan, ambos do PSD, foram diplomados prefeita e prefeito de Balneário Camboriú e Camboriú. A cerimônia, que reuniu aos eleitos das cidades vizinhas, contou com a presença da presidente do TRE-SC, desembargadora Maria do Rocio Luz Santa Ritta.

O evento simbolizou a promessa de campanha de gestão alinhada entre os dois municípios. Juliana Pavan, a primeira mulher eleita prefeita de Balneário Camboriú, destacou a importância do diálogo e prometeu “derrubar os muros entre as cidades”. Contudo, a prefeita eleita enfrentará o desafio de governar com uma Câmara de Vereadores dividida.

“O diálogo é fundamental. Me coloco à disposição de todos, independentemente dos partidos ou posicionamentos. A partir de agora, defendemos a bandeira de Balneário Camboriú. Quando vereadores e gestores públicos trabalham juntos, a cidade avança. Acredito que todos os vereadores eleitos têm essa visão de defender as boas ideias e os bons projetos para a cidade. Afinal, o trabalho de fiscalização do vereador e do gestor público deve caminhar lado a lado para o avanço de toda a população”, disse Juliana Pavan, que fez um apelo aos vereadores para aprovarem a reforma administrativa, que ainda não foi enviada à Câmara pelo atual prefeito, Fabrício Oliveira (PL).

Questionada sobre a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pelo PT, PCdoB, PV, Solidariedade, PSOL e Rede contra a chapa de vereadores do PL, a prefeita diplomada Juliana afirmou que ainda está “tomando conhecimento”, mas reforçou a importância da participação feminina na política. A coligação questiona a suposta existência de candidaturas fictícias de mulheres na chapa do PL apenas para cumprir a cota de gênero – se aceita pela Justiça, a ação pode resultar na cassação dos seis vereadores eleitos pelo partido, incluindo os dois mais votados, Jair Renan Bolsonaro e Victor Forte.

“Sempre falei que mulher não tem que entrar na política para tapar buraco ou ocupar vaga de homem. Ela tem que entrar para se posicionar, defender aquilo em que acredita e buscar o seu espaço. Ainda estou tomando conhecimento sobre essa situação, mas confio que a Justiça dará os devidos encaminhamentos”, disse a prefeita diplomada.

Jair Renan Bolsonaro ao lado de Victor Forte na diplomação. Fotos: Ed Junior, Divulgação.

Leonel Pavan defende integração entre as cidades

Leonel Pavan, que assume a partir do dia 1º de janeiro a Prefeitura de Camboriú, destacou em seu discurso a necessidade de uma gestão colaborativa entre os dois municípios. Segundo ele, a integração é essencial para resolver problemas históricos em áreas fundamentais.

“Já recebi muitos diplomas, mas este é o mais honroso da minha vida. Precisamos derrubar os muros invisíveis que separam as Camboriús. Uma cidade não pode ser rica enquanto a outra é pobre. Juntos, podemos transformar nossas cidades em referência para o Brasil”, afirmou o prefeito, que defendeu que as cidades devem atuar em conjunto nas questões como saneamento, saúde, educação, segurança e trânsito.

A presidente do TRE-SC, desembargadora Maria do Rocio Luz Santa Ritta, enfatizou o simbolismo do evento. “O muro caiu. É o nascimento de um novo momento, somando ideias na construção de uma vida melhor para os cidadãos”.

Polarização marca discursos em Balneário Camboriú

Enquanto os discursos dos eleitos ao Executivo exaltaram a união, a polarização política ficou evidente durante a diplomação dos vereadores. Jair Renan Bolsonaro (PL), o vereador mais votado de Balneário Camboriú, trouxe pautas conservadoras em um discurso que ecoou temas nacionais.

“Estou iniciando minha carreira política, guiado pelos princípios de Deus, Pátria, Família e Liberdade. Assim como meu pai e meus irmãos. Precisamos inverter o sistema em Brasília. Chega de sustentar a máquina da esquerda”, falou em seu discurso.

Quando questionado sobre uma possível candidatura a deputado federal em 2026 e sobre a ação que pede a sua cassação, o vereador preferiu não responder.

A fala foi contestada pelo vereador Eduardo Zanatta (PT), o único representante do partido nas duas cidades, que criticou o teor do discurso.

“Foi um discurso medíocre que envergonha a Câmara enquanto instituição. Representar a cidade exige mais que discursos familiares ou ideológicos. É preciso respeitar a democracia e as instituições”, disse.

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