Em Joinville, pobres e jovens se afastam mais do trabalho

“Joinville em Dados 2024”, publicação oficial da prefeitura, mostra informações importantes sobre aspectos diversos do município. No campo do ambiente econômico, há números significativos a serem analisados. Um deles trata do afastamento do trabalho.

 Em 2021 houve 85.359 afastamentos das atividades profissionais. Todos os dados apresentados aqui são do RAIS/Ministério do Trabalho. Portanto, oficiais. Do total de afastamentos, os segmentos administrativo e de comércio varejista, juntos, responderam por 25 mil. O levantamento ainda indica o custo mensal dos afastamentos: impressionantes R$ 99,63 milhões. 

Dito de outra forma: a participação do custo sobre o total da massa salarial é de 11,57%! Mais que isso: quase a totalidade das ausências ao trabalho são por doenças NÃO ocupacionais: 97,7% do conjunto. Esse dado tem uma enorme importância. E sugere várias interpretações possíveis. 

1. há grande desmotivação para esses trabalhadores irem ao local do trabalho. 

2. Detestam o que fazem. 

3. Quando não estão ausentes, talvez estejam procurando outro emprego. 

4. Ou é apenas preguiça de Macunaíma. 

Qual é o perfil dos trabalhadores que mais se afastam do trabalho? Bingo para quem respondeu jovens e com menos renda. Aí está um grande problema para a produtividade evoluir.

Aos números: mais da metade (53%) dos que ganham até dois salários mínimos; e os com idade entre 20 anos e 29 anos (23%) estão pouco interessados em cumprir jornadas de trabalho em sua integralidade. 

Esta situação está sendo seriamente debatida nos últimos anos em todos os quadrantes. Longe de ser um fato isolado ou circunscrito ao mercado de trabalho de Joinville. Se assim é – e não parece haver algo novo no horizonte temporal próximo – continuará o jogo de gato e rato: produtividade baixa, salários baixos. Salários baixos ausência ao trabalho.

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