Em tempos de tornozeleira e incertezas econômicas Bolsonaristas focam no STF

Desde a última sexta-feira, 18, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o uso de tornozeleira eletrônica a Jair Bolsonaro (PL), além de uma série de medidas cautelares, deputados e senadores de oposição ao governo Lula (PT), passaram a promover manifestações, reuniões e mensagens criticando o STF e defendendo o ex-presidente.

Na prática, fora o sentimento popular, o agito político em nada muda a tramitação judicial.

Nesta segunda-feira, 21, o deputado Zé Trovão foi escolhido como coordenador de uma comissão de Mobilização Nacional da oposição ao governo federal, ao lado do também parlamentar Rodolfo Nogueira (PL-MS).

O objetivo é avaliar quais protestos serão realizados e em quais localidades do Brasil ocorrerão manifestações contra as sanções impostas a Bolsonaro pelo ministro Alexandre de Moraes.

Embora em outros tempos da vida política de Bolsonaro diversos movimentos de rua foram organizados para fortalecer pautas como a anistia, fora Lula e críticas ao STF, o atual momento é muito diferente.

As taxações de 50% aos produtos brasileiros, anunciadas pelo presidente norte-americano Donald Trump, com argumentações que fazem referência ao julgamento do STF de Jair Bolsonaro, afetam diretamente fatias importantes do eleitorado bolsonarista.

Mais do que defender o ex-presidente em movimentos de rua e de redes sociais, os setores da economia que serão impactados estão mais preocupados com soluções diplomáticas e urgentes.

Associar o processo de Bolsonaro como justificativa para as taxações e focar em culpar o STF e o atual governo, pode ser um tiro no pé dos bolsonaristas. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, (Republicanos) que o diga.

Defender o agronegócio, o comércio eletrônico e a indústria, além da soberania nacional, pela lógica, deveriam ser a prioridade do Brasil

É por aí… O senador Esperidião Amin (Progressistas) integrará a comitiva de oito senadores brasileiros que irá a Washington nos próximos dias para dialogar com o Congresso dos Estados Unidos sobre a taxação de 50% imposta aos produtos importados, especialmente os brasileiros. “O diálogo franco e técnico com as autoridades americanas é fundamental para defender empregos, investimentos e a competitividade das nossas empresas. E também afeta os Estados Unidos, uma vez que muitos dos produtos exportados pelo Brasil são matéria prima para produtos norte-americanos”, destaca o senador.

Afronta à soberania nacional – Nove ex-ministros da Justiça e da Segurança Pública, de diferentes governos, manifestaram repúdio às decisões de Trump, que incluem além das novas taxas, a proibição do ministro Alexandre de Moraes aos Estados Unidos. “Uma afronta inadmissível à nossa soberania”, afirmam os ministros em documento conjunto.

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