Kelly Cristina escreve artigo em que destaca a urgência de adaptar e mitigar os impactos das mudanças climáticas nas cidades, enfatizando a necessidade de ações integradas entre o poder público e a sociedade, como investimentos em infraestrutura verde.
As mudanças climáticas já não são uma ameaça distante, seus impactos são sentidos em nosso cotidiano, especialmente nas cidades. As temperaturas crescentes, secas severas, enchentes recorrentes e a perda de biodiversidade são apenas alguns dos sinais de que o clima está mudando de forma rápida e drástica. A recente catástrofe no Rio Grande do Sul, com sucessivas cheias, é um exemplo claro de como esses eventos extremos estão se tornando mais frequentes e devastadores.
Diante dessa realidade, é imperativo que nossas cidades sejam planejadas e adaptadas para reduzir suas vulnerabilidades aos eventos climáticos extremos. Isso requer uma abordagem integrada que inclua ações de adaptação e mitigação, tanto por parte do poder público quanto da sociedade.
Adaptação às mudanças climáticas significa preparar nossas infraestruturas, economias e comunidades para enfrentar os impactos já em curso. Investir em infraestrutura verde, como parques e cinturões florestais, pode ajudar a mitigar os efeitos das enchentes e reduzir o calor urbano. A melhoria da eficiência energética em edifícios públicos e o incentivo ao uso de transportes públicos não poluentes, como ônibus elétricos e bicicletas, são passos essenciais para reduzir a emissão de gases de efeito estufa.
A mitigação, por sua vez, envolve ações que visam diminuir a contribuição das cidades para o aquecimento global. A transição para fontes de energia renovável, como solar e eólica, é crucial. Além disso, a implementação de políticas de reciclagem e gestão de resíduos que sejam capazes de lidar com os resíduos pós-desastre é vital para evitar que as cidades sejam sobrecarregadas por lixo após eventos climáticos extremos.
A educação ambiental e o engajamento das comunidades são pilares fundamentais para o sucesso dessas estratégias. É essencial que as pessoas compreendam a gravidade das mudanças climáticas e sejam capacitadas para agir de forma consciente e sustentável. Programas educativos nas escolas, campanhas de conscientização e o envolvimento das comunidades no planejamento urbano são formas de garantir que as ações sejam efetivas e duradouras.
Enfrentar as mudanças climáticas exige uma mudança de paradigma em como vivemos e planejamos nossas cidades. A responsabilidade é compartilhada: enquanto o poder público deve liderar com políticas e investimentos, cada um de nós tem um papel a desempenhar. Pequenas ações cotidianas, como a reciclagem, o consumo consciente e o cuidado com o meio ambiente, podem se somar a esforços maiores, criando um impacto significativo.
Para garantir um futuro sustentável e resiliente, precisamos agir agora. As mudanças climáticas não esperam, e a resposta a elas deve ser rápida, coordenada e abrangente. Somente assim poderemos proteger nossas cidades, nossas comunidades e as futuras gerações.
Kelly Cristina é assistente social e pré-candidata a vereadora em Florianópolis.