Após anos de questionamentos sobre os efeitos de longo prazo das vacinas de mRNA contra a COVID-19 (como Pfizer e Moderna), uma pesquisa na França oferece a resposta definitiva: não há absolutamente nenhum aumento no risco de mortalidade por qualquer causa em um período de quatro anos para indivíduos vacinados.
O estudo, que analisou dados de saúde de quase 29 milhões de franceses entre 18 e 59 anos, foi publicado no Journal of the American Medical Association em 4 de dezembro de 2025. A conclusão é a mais forte evidência de segurança a longo prazo obtida até hoje em nível populacional, desmantelando temores de consequências fatais tardias.
A descoberta dos benefícios
Longe de encontrar qualquer risco aumentado, a equipe de cientistas liderada por Laura Semenzato, Stéphane Le Vu e Mahmoud Zureik, identificou um benefício claro para o grupo vacinado:
O achado mais significativo é que os indivíduos que receberam a vacina de mRNA tiveram um risco 25% menor de morte por todas as causas (incluindo acidentes, doenças cardíacas e câncer) ao longo dos quatro anos de acompanhamento, em comparação com os não vacinados.
O risco de morte especificamente por COVID-19 grave foi 74% menor, reafirmando o papel primário da vacinação.
A mortalidade nos primeiros seis meses após a vacinação também foi 29% menor no grupo vacinado, reforçando a segurança no curto prazo.
Entre os 22,7 milhões de vacinados, 0,4% morreram durante o período, enquanto entre os 5,9 milhões de não vacinados, a taxa de mortalidade foi de 0,6%.
Entenda melhor o estudo
O estudo é notável pelo seu rigor metodológico. Os pesquisadores utilizaram modelos estatísticos avançados para compensar a idade, o sexo e 41 comorbidades pré-existentes entre os grupos, garantindo que a comparação fosse feita entre grupos de saúde comparável.
Os autores explicam que a metodologia aplicada buscou eliminar o chamado “viés do tempo imortal”, garantindo que todos os participantes estivessem vivos e elegíveis pelo mesmo período de tempo antes do início da contagem.
Segundo os pesquisadores, embora o estudo tenha sido realizado com dados da França, sua magnitude e seu período de acompanhamento de quatro anos fornecem a resposta mais definitiva para uma questão de saúde pública global.
A principal mensagem transmitida pelos pesquisadores é de tranquilidade: a vacina de mRNA contra a COVID-19 não está ligada a um aumento da mortalidade a longo prazo em adultos, comprovando a segurança desta tecnologia de forma inédita.
