Exportações catarinenses para os EUA caem 19,5% em agosto

As exportações de Santa Catarina para os Estados Unidos recuaram 19,5% em agosto, em relação a igual período do ano passado. A despeito da queda, os EUA seguem como o principal destino dos embarques de produtos catarinenses. No oitavo mês do ano, as exportações para o mercado norte-americano somaram US$ 119,2 milhões.

O economista-chefe da Federação das Indústrias (FIESC), Pablo Bittencourt, destaca que o desempenho reflete dois fatores associados ao tarifaço: a antecipação de pedidos por clientes norte-americanos – que estocaram produtos antes da entrada das tarifas em vigor – e a suspensão dos pedidos após a vigência da sobretaxa de 50%. “Foi uma redução significativa em agosto, mas foi um movimento que já esperávamos. Nos próximos meses teremos condições de analisar como as exportações para os Estados Unidos vão se comportar no futuro”, explica.

Considerando as vendas externas globais, o estado registrou alta de 1,54% em agosto, para US$ 971,4 milhões. O desempenho foi influenciado pelo incremento de vendas para países como México (+47,5%), Chile (+30,9%) e Argentina (+21,7%), segundo dados compilados pelo Observatório FIESC.

Pauta exportadora
Entre os principais produtos exportados pelo estado que apresentaram alta em agosto estão: carne de aves (+9,9%), soja (+16,1%), motores elétricos (+4,2%), transformadores elétricos (+28,7%) e papel kraft não revestido (+34,4%). Por outro lado, registraram queda: carne suína (-6,2%) e partes de motor (-42,7%). No setor de madeira e móveis, as exportações de obras de carpintaria para construções encolheram 34,9%, as de madeira compensada cederam 30%, as de outros móveis recuaram 17,2% e as de madeira serrada caíram 1%.

“O setor de madeira e derivados tem se mostrado um dos mais vulneráveis ao tarifaço. A elevada exposição aos Estados Unidos, combinada com a produção de itens customizados para aquele mercado, torna a situação complexa, sem perspectivas de solução no curto prazo”, explica Bittencourt.

Acumulado do ano
Os embarques de produtos catarinenses registraram aumento de 5,9% no acumulado de janeiro a agosto, para US$ 7,94 bilhões. Contribuíram para o resultado a alta nas exportações de proteína animal, principais itens da pauta. As vendas externas de carne de aves cresceram 8,1% no ano até agosto, para US$ 1,44 bilhão, enquanto as de carne suína avançaram 12,7%, para US$ 1,14 bilhão. Destacaram-se no período os embarques de carnes de aves para o México e de suína para o Japão.

O principal destino dos embarques foram os Estados Unidos, apesar do recuo de 1,3% no ano, até agosto. As exportações para a China, segundo país do ranking, também mostraram declínio (-6,3%), bem como para o México (-1,1%). Por outro lado, as vendas externas para a Argentina, terceira no ranking, cresceram 31,7% no ano, acompanhadas pelos embarques para o Japão – quinto principal destino – que subiram 13,8%. O crescimento de exportações para o Chile também foi destaque, com alta de 39,2% no ano, na comparação com os oito primeiros meses de 2024.

Importações
Considerando apenas o mês de agosto, as importações catarinenses recuaram 10,6%, para US$ 2,75 bilhões. As importações de partes e acessórios para veículos – terceiro item na pauta  – recuaram 12,6%, enquanto as compras de pneus de borracha caíram 29,8%. O destaque positivo foi o aumento de 150,9% nas importações de fertilizantes nitrogenados. O cobre refinado, primeiro item da pauta, registrou incremento de 12,9% nas importações. As importações recuaram nas cinco principais origens das compras catarinenses: China (-16,5%), EUA (-3,5%), Chile (-6,9%), Alemanha (-27,4%) e Argentina (-15,3%).

No acumulado do ano, as importações subiram 2,6%, para US$ 22,48 bilhões. A principal origem das importações segue sendo a China, com US$ 9,58 bilhões e alta de 2% frente ao registrado entre janeiro e agosto de 2024. Estados Unidos e Chile mostraram recuos de 6,6% e 3,3%, respectivamente. As importações da Alemanha cresceram 3,3% no ano, enquanto as argentinas recuaram 6,1% no período.

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