Falta de moradias no Norte de SC aumenta e já é grave problema social

Em Joinville o déficit habitacional já chega a 11 mil moradias. Na região Norte do Estado de Santa Catarina, já soma 30 mil unidades. Os dados são de levantamento encomendado, recentemente, pela Federação das Associações Empresariais do Estado de Santa Catarina (Facisc).

Claudio Loetz analise os efeitos da migração e falta de programas de habitação popular em Santa Catarina dificultando a moradia
Foto: Secom-Joinville, Divulgação.

Esta realidade provoca seus efeitos: aumento dos preços dos aluguéis.

O estudo ainda mostra que é “excessivo” o gasto com moradia. Nos últimos dez anos, a população na região Norte de SC aumentou 22%, com acréscimo de 207 mil pessoas a mais nos municípios da região.

Esta expansão decorre de migração crescente, com pessoas do Norte do País (especialmente do Pará), e de Estados do Paraná e do Rio Grande do Sul, principalmente. Milhares de pessoas chegam em busca de emprego e melhor condição de vida.

Algo natural.

O problema daí decorrente começa a ser percebido: as prefeituras precisam atender ao forte aumento de demandas por atendimento por saúde, educação, entre outros serviços públicos.

Os salários médios dos trabalhadores são de R$ 3700,00, mas os custos com habitação, só estes, acabam por consumir mais da metade dos ganhos.

Dirão alguns que o mercado imobiliário está em expansão. Sim, está. Cada vez mais prédios estão em construção. Porém, há um evidente descasamento entre a oferta e procura.

Não fosse assim, os preços dos aluguéis não estariam tão altos e o déficit habitacional se restringiria a um número menor.

Os esforços da prefeitura para reduzir o problema da habitação popular são visíveis, mas claramente insuficientes.

Em recente levantamento feito pela prefeitura de Joinville, está demonstrado que há 1600 imóveis (apartamentos e casas) disponibilizados para locação de curta duração – aluguéis nos modelos do Airbnb ou Xtai.

Isso sugere oportunidades de negócios novos surgirem para o setor de hotelaria. Aliás, há pelo menos 15 anos, não há construção de novos hotéis na cidade mais populosa e centro de negócios mais importante do Estado.

Daí, ser bastante razoável imaginar que redes hoteleiras estejam prospectando locais para se instalar na cidade. A crise habitacional é comum a vários municípios. Principalmente os moradores de municípios médios e grandes sofrem mais com esse déficit.

Conter o crescimento populacional é impossível. Diminuir os problemas sociais é obrigação do Poder Público. O desafio para os gestores é enorme.

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